Causada pela redução do fluxo sanguíneo cerebral, síncope é definida como a perda transitória da consciência (desmaio), caracterizada pela recuperação espontânea completa, sem a necessidade de medidas de reanimação. Seria como retirar da tomada uma lâmpada e colocá-la novamente.
Como acontece?
Na síncope vasovagal, um estímulo do sistema nervoso autônomo trafega pelo nervo vago até o coração, diminuindo a frequência cardíaca de maneira exagerada. Essa alteração, aliada à dilatação dos vasos sanguíneos (promovida pela diminuição da estimulação simpática), culmina na queda de pressão arterial e da circulação cerebral. Assim, tem-se a perda temporária da consciência – o desmaio.
Quais são as causas?
Diversas situações podem funcionar como gatilhos para a queda da pressão arterial e do fluxo sanguíneo:
- Estresse
- Ansiedade
- Medo
- Mudanças bruscas de posição
- Longos períodos em pé
Sintomas
O principal são desmaios repentinos, que podem ser antecedidos de:
- Tontura
- Palidez
- Sudorese fria
- Náusea
- Escurecimento da visão
- Formigamento
- Enxaqueca
Tratamento
O fundamental é a educação do paciente, ancorada a mudanças no estilo de vida com atividades físicas e reforço muscular. A hidratação é imprescindível (cerca de dois litros de água por dia), e recomenda-se um acréscimo de sal na dieta para o controle da pressão. Medidas medicamentosas só são usadas em casos mais graves, quando as orientações anteriores não surtirem efeito.
É mais comum em quem?
Apesar de ser mais corriqueiro em mulheres, o quadro pode afetar todos os sexos, com dois picos de prevalência: entre 15 e 20 anos e após os 60.
Pode matar?
O quadro, em si, não. Porém, os desmaios podem favorecer situações de risco, como quando uma pessoa perde a consciência na rua e acaba batendo a cabeça no chão ou no meio fio.
A importância do diagnóstico
Mais relevante do que solucionar o problema é saber suas causas. A anamnese (entrevista) com o médico, eletrocardiogramas, ecocardiogramas e testes físicos são essenciais para diferenciar a síncope dos desmaios provocados por quadros mais graves como arritmias, AVCs, anemias, traumas, entre outros.
Existe cura?
À medida que os anos passam, o indivíduo aprende a lidar com o problema, tendo menos episódios de desmaios. A cura do quadro não existe, mas é possível, sim, levar uma vida normal por meio das recomendações médicas.
Fontes: Juarez Barbisan, chefe do serviço de Teste de Inclinação do Instituto de Cardiologia, e Carlos Kalil, diretor do Centro Internacional de Arritmias – Instituto J. Brugada, da Santa Casa de Misericórdia.
Produção: Arthur Ruschel