Ouvir dicas de amigos da família que já passaram por essa experiência é o habitual para pais que estão na dúvida sobre como ajudar os pequenos a dormir à noite, correto? E isso não mudou, mas os tempos modernos trouxeram também um outro possível conselheiro para a jogada: são consultores de sono, profissionais que se dedicam a auxiliar famílias que estão passando por esse problema.
Seja pessoal ou virtualmente, esses profissionais promovem sessões em que explicam alguns preceitos básicos para uma boa noite de sono em casa. A ideia não é padronizar os hábitos de todas as famílias. As dicas são individualizadas e levam em conta as peculiaridades de cada lar. Pais que precisam trabalhar até mais tarde, que nem sempre dormem em casa, que recebem muitas visitas: para tudo, dá-se um jeito. A proposta desses profissionais é organizar a rotina diante das necessidades de cada família, sugerir modificações e ensinar formas de fortalecer a segurança do bebê e/ou da criança para noites de repouso mais tranquilas.
— O papel da consultora de sono é orientar os pais para que eles promovam bons hábitos de sono para seus filhos, sempre com foco na questão comportamental. A ideia é ensinar a criança a dormir, de forma que ela saiba como voltar ao sono em despertares leves, que são comuns e fazem parte do desenvolvimento da criança. A consultora vai também ajudar na organização da rotina, dos horários de sono e alimentação, além de orientar como ter rituais adequados para o dia e para a noite, para que assim a hora do sono seja um momento agradável — explica Michele Melão, consultora de sono materno-infantil credenciada pelo International Maternity and Parenting Institute (IMPI).
Para Mônica Mafra, também consultora pelo IMPI e educadora integrativa do sono infantil formada pelo Family Wellness Institute, a palavra-chave da consultoria é “respeito”: ao bebê ou criança, à família, aos valores e às necessidades de cada lar.
— Os pais querem fazer cama compartilhada? Terão apoio e ajuda! A cama compartilhada não funciona para a família? Preferem que o bebê durma no bercinho dele? A consultora ajuda. Se os pais criam com apego, se a mãe abandonou o emprego para cuidar dos filhos, se contratou uma babá ou colocou na creche para continuar trabalhando, não importa. As escolhas são dos pais, dentro do mundo e da realidade deles. E nós, educadores do sono, não trabalhamos julgando ou convencendo a família do que é melhor para ela. Quem sabe disso são os pais — garante Mônica.
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