Na casa do empresário do setor farmacêutico Rafael Ribeiro Madke, 43 anos, morador do bairro Jardim Carvalho, na Capital, ele é o único do sexo masculino. Pai de Paola, cinco anos, Maitê, 11, e Luiza, 13, e casado com a farmacêutica Patrícia, 41, Rafael faz parte da turma dos pais que divide todas as tarefas com a esposa. É ele o responsável por fazer o café da manhã das pequenas, dar banho na filha menor e escovar os cabelos dela. Quando guri, garante, jamais fez qualquer uma dessas atividades. Ele cresceu ouvindo que “a mãe era quem cuidava dos filhos em casa e que mulheres faziam coisas de mulheres, enquanto os homens faziam coisas de homens”.
– Me obriguei a mudar para acompanhar o mundo, que já é outro. E isso é ótimo! Tudo é aprendizado – afirma, orgulhoso.
Rafael reconhece que a ideia sempre foi não diferenciar a educação, independentemente de ter filhos ou filhas, mas o processo surgiu de forma natural:
– São características muito distintas. Desde o gosto pessoal, a valorização da estética, até a maneira como uma menina encara um problema diferente do menino. Aprendi muito mais sendo pai de meninas porque era um mundo que eu não conhecia.
Filho mais novo entre três irmãos homens e uma mulher, Rafael sempre desejou ter uma filha para aprender mais sobre o sexo feminino. A chegada de Luiza trouxe novidades no cotidiano do empresário. Confessa, por exemplo, ter perdido a vergonha de brincar de boneca – algo impensável na própria infância. Hoje, sabe todos os vestidos das Barbies. Também conheceu o balé e passou a admirá-lo. Isso, quando guri, achava que era apenas para meninas. O nascimento da filha mostrou ao pai que qualquer uma dessas ações pode ser praticada por ambos os sexos. Conforme planejado pelos pais, Maitê veio dois anos depois. Mais tarde, Paola completou o trio das mulheres favoritas de Rafael.
Praticantes de triatlo, Rafael e Patrícia ganharam mais três companheiras apaixonadas por esportes. Todas têm aulas de natação. As mais velhas ainda esbanjam fôlego ao lado do pai na corrida, enquanto a caçula é ás na bicicleta. Aos dois anos, aprendeu a andar já sem as rodinhas de apoio. Ao acompanharem o exemplo dos pais, as três demonstram interesse pelo triatlo. Rafael faz questão de dizer que não obriga as filhas a seguirem os passos do casal ou a fazerem as atividades determinadas por ambos. Antes de tudo, as gurias são ouvidas.
– Ao ser pai, aprendi a escutar. E se eu não quiser ser triturado por elas, jamais devo pensar em diminuir uma mulher. Mesmo que seja uma brincadeira homem versus mulher, aqui em casa não tem esse espaço – resume o empresário.