A Organização Mundial da Saúde garante: o exercício é bom para todo mundo, em qualquer idade e independentemente da condição de saúde. A chave, aqui, é adaptar o treino e a intensidade conforme as limitações. Veja, a seguir, algumas recomendações especiais.
Cardiopata
Pessoas com doenças cardiovasculares ou que já sofreram infarto ou AVC são fortemente aconselhadas a realizar exercícios físicos. Há, no entanto, ressalvas. O mais sugerido é misturar o aeróbico, que melhora a atividade respiratória e do coração, com o de resistência, como musculação. Atividades intensas, como crossfit, só devem ser feitas por quem está com o coração em dia.
– Cardiopatas têm de fazer exercício sempre. O diferencial é que ele precisa ser adaptado, em geral com esforço gradual, para prevenir tromboses ou excesso de esforço do coração – diz Iran Castro, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Idoso
Nesta época da vida, as articulações falham, os ossos perdem a densidade e os músculos, o vigor. Felizmente, todos esses problemas são combatidos pela atividade física, sobretudo a musculação, que ajuda a evitar fraturas e é especialmente benéfica para pessoas com osteoporose. Há, inclusive, pesquisas sugerindo que idosos ativos desenvolvem melhor o senso de equilíbrio, correm menor risco de queda e têm maior habilidade para executar atividades do dia a dia. Boas opções de exercícios, segundo a agência governamental de saúde dos Estados Unidos, são tai chi chuan, dança e ioga.
– O idoso precisa se preocupar mais com o trabalho de força para não perder a autonomia do movimento. E o exercício também trabalha o sistema nervoso central, o que ajuda na noção de equilíbrio. Valem também esportes na água, bons para quem tem problemas nas articulações – afirma Gilberto Coelho, professor de educação física na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo.
Obeso
A maioria das pessoas obesas não tem apenas sobrepeso, mas também problemas cardiovasculares e diabetes. Além dos riscos de exigir demais do coração, elas também sofrem alto risco de se lesionar, em função do peso que a gordura faz sobre as articulações. Na hora de elaborar o treino, é preciso focar em exercícios aeróbicos para queimar a gordura e para melhorar a função cardiorrespiratória, além de atividades de resistência, como musculação, para reforçar músculos e articulações.
– Um exercício bom é na bicicleta, que reduz o impacto as articulações, em vez de esteira – sugere a professora de fisiologia do exercício na Unifesp, Kátia De Angelis.
Criança e adolescente
As diretrizes mundiais recomendam que crianças e adolescentes façam pelo menos uma hora de atividade por dia. Adolescentes podem começar a praticar musculação, desde que haja acompanhamento de médico e educador físico. A atividade também é importante porque libera hormônios que combatem o estresse e a ansiedade, o que melhora o humor. Para coroar, há pesquisas mostrando que o exercício melhora o desempenho escolar.
– Na criança e no adolescente, a atividade estimula o desenvolvimento ósseo, o desenvolvimento motor, cognitivo e inclusive pessoal, pela questão da socialização – explica o ortopedista João Paulo Bergamaschi, da Clínica Kennedy, em São Paulo.