O consumo do ovo sempre foi polêmico na ciência e saber se ele faz mal ou bem para a saúde é um assunto que ainda vai render muita discussão. Uma pesquisa da University of Eastern Finland, publicada nesta semana no American Journal of Clinical Nutrition, acalorou o debate: segundo o estudo, comer ovos pode reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
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Já é sabido que manter um estilo de vida saudável, com prática regular de atividades físicas e alimentação adequada, é crucial para evitar o desenvolvimento do diabetes tipo 2. Mas o consumo do ovo nunca foi consenso quando fala-se da doença. Algumas pesquisas associaram dietas ricas em colesterol (como as que levam ovo) a distúrbios no metabolismo da glicose e consequente risco da doença. Outras, mais recentes, mostraram que o consumir o alimento pode levar a um melhor equilíbrio da glicose. Em estudo populacionais, a associação entre os ovos e o diabetes ainda não foi bem investigada, e os resultados são inconclusivos.
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A pesquisa desenvolvida na Finlândia analisou os hábitos alimentares de 2.332 homens com idade entre 42 e 60 anos entre os anos de 1984 e 1989. Eles foram acompanhados durante 19 anos, e 432 deles foram diagnosticados com diabetes tipo 2.
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O estudo demonstrou que os homens que comiam aproximadamente quatro ovos por semana tiveram um risco 37% menor de desenvolver diabetes, em comparação com aqueles que consumiam o alimento apenas uma vez por semana. A pesquisa considerou fatores como prática de atividades físicas, índice de massa corporal, tabagismo e consumo de frutas e verduras.
Uma possível explicação para o resultado é que, na Finlândia, o consumo de ovos não está associado a hábitos de vida pouco saudáveis. Além do colesterol (que pode ser prejudicial), os ovos contêm muitos nutrientes benéficos e que podem ter um efeito sobre, por exemplo, o metabolismo da glicose, diminuindo o risco de diabetes tipo 2.
A pesquisa também sugere que é difícil analisar os efeitos dos alimentos na saúde somente a partir de um nutriente isolado, como o colesterol. Em vez de se concentrar em nutrientes específicos, a pesquisa sugere que os estudos em nutrição busquem se focar cada vez mais nos efeitos da dieta de forma mais geral e suas consequências ao longo dos anos.