Novos tratamento para o melanona, tipo mais agressivo de câncer de pele, foram apresentados recentemente na revista New England Journal of Medicine.
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Tratamento do câncer por imunoterapia ainda gera diversas incertezas
Um estudo desenvolvido com 834 pacientes com melanoma avançado dividiu os voluntários em dois grupos: um deles recebeu a droga Ipilimumab, medicamento já disponível no Brasil e considerado uma dos mais importantes em uso, e outro testou o Pembrolizumab, um novo imunoterápico, em duas doses diferentes. O novo medicamento é de uma nova classe terapêutica chamada anti-PD1.
A taxa de resposta da nova droga, Pembroluzimab, foi aproximadamente 30% comparado a 10% do Ipilimumab. Após seis meses, em torno de 46% das pessoas que usaram o Pembrolizumab estavam sem evidência de progressão do tumor, comparado com 26% do grupo que usou Ipilumimab. A taxa de indivíduos vivos após um ano era de 74% e 68% nas pessoas que usaram as duas doses diferentes de Pembrolizumab e 58% no grupo que usou Ipilimumab. Os efeitos colaterais da nova droga também foram menores.
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Pesquisadores apostam na imunoterapia como uma arma efetiva contra a câncer
O medicamento age contra um receptor da célula que, por conta do câncer, desativa o sistema imunológico que deveria combater a doença. Quando o medicamento atua, devolve ao organismo a capacidade de ativação imunológica contra o melanoma.
Stephen Stefani, oncologista do Instituto do Câncer Mãe de Deus, assinala que esses avanços são muito promissores no sentido de que, após quase uma década sem novidades importantes, alternativas sofisticadas começaram a mostrar resultados. O médico acredita que ainda são necessárias algumas etapas de discussão para o medicamento ser utilizado no tratamento da doença.
O melanoma tem alta possibilidade de metástase e taxa de mortalidade elevada. No Brasil, o câncer corresponde a 4% de todos os tumores malignos de pele, porém, é responsável por 75% dos óbitos decorrentes da doença. De acordo com a Sociedade Americana de Câncer, a taxa de mortalidade por cem mil habitantes nos últimos 30 anos apresentou um aumento de 120% nos homens e 48% nas mulheres. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que anualmente ocorram cerca de 130 mil casos novos desse tipo de câncer no mundo, com maior incidência entre a população de pele branca.
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- A comunidade científica parece ter descoberto como "alertar e estimular" o sistema imunológico a combater esta doença que tanto preocupa a sociedade, mas o mais importante é que termos um grupo significativo de pacientes que sobreviverá por anos em uma doença que costumava ser fatal em meses - conclui Stefani.
Imunoterapia
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