Alimentos mais saudáveis tornam as pessoas mais felizes
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"O sal não é inimigo da nossa saúde. É a forma como usamos o sal no cozimento que é errada", diz a professora Isabel Kasper Machado de Gastronomia da Unisinos e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. O alto consumo de sal por dia é um dos maiores problemas para os idosos. Com o tempo, o sabor não é sentido da mesma forma e a tendência é que as pessoas passem a usar mais sal na preparação dos alimentos.
- O uso exagerado de sal eleva a pressão arterial e causando outros problemas de saúde, como a hipertensão. Alguns idosos são orientados a não usar tanto sal na comida, em função da doença, e, por não sentirem o sabor da comida como antes, se alimentam menos, favorecendo o aparecimento de outros problemas, como a anemia - comenta a nutricionista Melissa Rosa, especialista em envelhecimento humano.
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Segundo o Ministério da Saúde, a hipertensão é responsável por 50% do total de infartos que ocorrem no Brasil, 80% dos acidentes vasculares cerebrais e 25% dos casos de insuficiência renal. No mundo todo, a hipertensão preocupa. De acordo com uma pesquisa da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, um em cada cinco jovens adultos já são hipertensos no país.
Para o IBGE, mais da metade dos idosos brasileiros com mais de 75 anos já foi diagnosticado com o problema. Para os cardiologistas, diminuir o consumo de sal é a medida que causa maior impacto na redução da pressão arterial.
Para a professora Isabel, a questão é saber usar o sal, principalmente na preparação de comidas em casa.
- Começar a preparação dos alimentos com uma pitada de sal, usando a ponta dos dedos e não uma colher, é a melhor forma de construir o sabor. Os franceses, conhecidos pela preparação dos melhores pratos na gastronomia, usam muito pouco sal porque o insumo é de boa qualidade e as técnicas para construção do sabor são levadas muito a sério - explicou.
Usar ervas e especiarias como temperos é uma das sugestões da nutricionista especialista em cocção.
- No entanto, usar kits de ervas é um péssimo hábito porque mascara o verdadeiro sabor dos alimentos e faz com que o sabor seja corrigido com mais sal e gordura no final do cozimento.
Isabel explica que ervas são as partes das folhas de plantas aromáticas e as especiarias são formadas pelo resto, como o caule.
- Usar ervas frescas torna o aroma muito mais encantador. Assim como moer na hora da preparação. Quando compramos algo já moído, o verdadeiro sabor e perfume se perdem.
Conheça cinco temperos que podem melhorar o sabor dos alimentos. Usá-los desobriga o aumento de sal na preparação da comida.
1. Alho e cebola
Isabel conta que o alho deve ser usado no início da preparação, mas nunca deve ser colocado junto com a cebola na panela.
- A cebola precisa de muito mais tempo para cozinhar do que o alho. Como ela tem muita acidez, o ideal é picá-la com uma faca bem afiada (nunca uma faca de serrinha), esquentar uma panela com um fio de óleo e, então, colocar a cebola. Quando ela ficar transparente, aí o alho pode ir para a panela.
Se os dois forem colocados juntos, o alho vai queimar e dar um sabor amargo ao alimento. Para consertar, só com mais sal, prejudicando o sabor verdadeiro e, principalmente, a saúde de quem vai comer.
2. Alecrim
De sabor intenso, não se deve usar muito da erva na preparação da comida. Se usado num assado no forno, como uma batata que será coberta por papel alumínio, basta um ramo no meio da fôrma e retirá-lo quando elas estiverem assadas.
- O vapor vai criar o sabor, por isso o ramo não precisa parar no prato de quem vai comer as batatas. Dentro do molho, um ramo também basta.
3. Cominho
Também é uma erva muito intensa, mas se bem usado pode realçar o sabor do feijão e de diferentes vegetais, como a batata.
- É preciso ter cuidado com o cominho. Meia colher de chá basta para uma preparação simples.
4. Louro
Um dos temperos favoritos da nutricionista, o louro pode ser usado em carnes, feijão e ensopados. Isabel explica que basta uma folha para complementar o sabor do que será preparado.
5. Pimenta da jamaica
Facilmente encontrado no Mercado Público, a pimenta da jamaica é uma bolinha preta nada forte que abre o sabor do que será preparado.
- Um guisadinho comum fica maravilhoso com essa especiaria. O ideal é moer na hora. Um pilão simples num copo pode ser usado se um almofariz não estiver disponível.
Isabel conta também que aromatizar o sal pode ser uma ótima forma de usar menos quantidade na comida. Ela ensina que basta misturar um ramo de alecrim e duas pimentinhas da jamaica em um pouco de sal grosso e colocar tudo numa frigideira até que eles fiquem levemente amornados. Depois, leve tudo ao liquidificador, bater e colocar num vidro fechado por três dias.
Além disso, ela explica que o sal fino não é a melhor escolha porque é fácil de perder a noção da quantidade.
- Moer na hora sal grosso ou comprar sal moído são as melhores opções para não errar a mão. E, sempre, use uma pitada no início da preparação com as mãos.
Para as saladas, ela indica uma mistura que pode tirar o sal da receita: uma colher de sopa de suco de laranja, bergamota ou limão e mais três colher de azeite de oliva extra virgem.
- Juntos, eles formam um creme muito saboroso que não precisa de sal para dar um toque especial na salada.