
O câncer de mama é o mais diagnosticado em mulheres no mundo todo. Já as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre o sexo feminino. Se esses são os males mais conhecidos, há outros menos frequentes, mas que acabam por afetar a qualidade de vida e a longevidade das mulheres.
Para especialistas, o acompanhamento médico e estilo de vida saudável são a melhor receita para prevenir ou para conviver com os impactos de alguma condição que já se manifestou.
No rol das doenças mais prevalentes entre mulheres está a esclerose múltipla, que afeta o Sistema Nervoso Central e pode apresentar uma gama de sintomas. A administradora de empresas Michelle Palma de Paula Telini, 46 anos, tinha pouca informação sobre a patologia em 2020, quando recebeu o diagnóstico.
Sinais como enxaqueca, dormência nas mãos, pés e nuca, cansaço e visão embaçada eram ignorados, até que uma manifestação mais severa a obrigou a ficar hospitalizada por cinco dias.
— Foi um susto, mas hoje estou bem. Faço as medicações, fisioterapia, pilates e musculação. Eu me cuido porque quero continuar andando e com as minhas próprias pernas — enfatiza.
A neurologista que acompanha Michelle, a médica cooperada da Unimed Porto Alegre Daissy Liliana Mora Cuervo, salienta que a esclerose múltipla é uma doença de causa multifatorial, incluindo fatores hormonais, imunológicos e genéticos.
— A doença não tem cura, mas tem tratamento, que evita que as manifestações clínicas apareçam, reduzindo o risco de sequelas e de lesões cerebrais — explica.
Outras patologias
A fibromialgia, que se caracteriza por dor muscular e sensibilidade exagerada, e o lúpus, doença infamatória, crônica e de origem autoimune, também prevalecem no sexo feminino. De acordo com o reumatologista Guilherme Levi Tres, que é cooperado da Unimed Porto Alegre, estudos demonstram uma proporção de oito a nove mulheres com fibromialgia para cada homem. Já o lúpus pode atingir uma proporção de nove a 14 mulheres para cada homem.
Além de não poderem ser prevenidas, são doenças que não têm cura, por isso, requerem acompanhamento profissional.
— Para fibromialgia, muitas vezes, medidas simples e alterações nos hábitos de vida podem trazer benefícios a curto e longo prazo. O lúpus, por usa vez, pode ser controlado e o paciente pode ficar sem qualquer sintoma — afirma o reumatologista.
Outra presença na lista das doenças que mais acometem as mulheres é a osteoporose, doença silenciosa que leva à perda de massa óssea e à fragilização dos ossos, aumentando o risco de fraturas.
— Após a menopausa, ocorre uma perda de cálcio acentuada, favorecendo a osteoporose. Além disso, a mulher tem um pico de massa óssea menor. Ou seja, precisa perder menos cálcio para o osso enfraquecer — explica o ortopedista e traumatologista.
Carlos Daniel de Garcia Bolze, médico cooperado da Unimed Porto Alegre. Bolze, que é mestre em cirurgia, recomenda a realização de exames preventivos, como a densitometria óssea, por volta dos 50 anos. Além disso, manter um estilo de vida longe do sedentarismo é um bônus para a fase do envelhecimento.
Prevenção com exercícios
Com histórico de osteoporose na família, a aposentada Zuleica Vanni, 66 anos, buscou ajuda médica há cerca de 10 anos. Ela faz exames regulares, reposição de cálcio, cuida da alimentação, faz pilates e exercícios orientados por uma educadora física.
— Certa vez, uma médica me disse: “Se tu não abrires horário na agenda para a academia, vais precisar abrir para a fisioterapia”. Sempre lembro dessa frase porque quero ter a minha liberdade — destaca Zuleica, que adora viajar de jipe, preferencialmente ao volante.
Coração e corpo bem cuidados
As doenças cardiovasculares também são vilãs da saúde feminina. A ocorrência delas fica mais evidente depois da menopausa, conforme o cardiologista Cidio Halperin, médico cooperado da Unimed Porto Alegre.
Segundo ele, a mulher tem muitos hormônios, que são protetores. Com a menopausa, eles são diminuídos, o que torna a pessoa mais vulnerável. Entre as doenças cardiovasculares que mais passam a se manifestar a partir da menopausa, ele cita a hipertensão arterial, as arritmias cardíacas e o infarto do miocárdio.
Tabagismo, álcool, sedentarismo, sobrepeso, estresse, uso de anticoncepcionais e a suplementação hormonal, em alguns casos, aumentam ainda mais as chances de problemas.
Por isso, ele recomenda que toda mulher procure um cardiologista após os 50 anos. Caso exista um histórico familiar de complicações, a consulta deve ser antecipada. Já quando se trata de câncer, o de mama é o mais diagnosticado em mulheres no mundo todo, enquanto o de ovário é o sétimo mais frequente.
Conforme a ginecologista e obstetra Déa Suzana Miranda Gaio, médica cooperada da Unimed Porto Alegre, no caso do câncer de mama, a mamografia permite o diagnóstico precoce. Já para o câncer de ovário, não há um exame que faça o diagnóstico antecipado.
— No entanto, mulheres com história familiar, em que irmã, mãe ou familiar de primeiro grau tiveram câncer de ovário, mama ou intestino, precisam consultar o seu médico para avaliar melhor o risco – alerta.
Para prevenção, Déa reforça a necessidade de um estilo de vida saudável: evitar o sobrepeso e priorizar a ingestão de alimentos naturais, diminuindo os multiprocessados e o consumo de gorduras, é vital. A atividade física é mais uma aliada. Também é importante é a redução do consumo de álcool.
Entre os fatores de risco, a ginecologista ainda esclarece sobre o uso de hormônios:
— A reposição hormonal na menopausa aumenta a chance de a mulher ter câncer de mama, mas o uso contraceptivo hormonal não apresenta esse risco. Em relação a tratamentos, quando a doença já está presente, a oncologista clínica Eliana Machado, médica cooperada da Unimed Porto Alegre, observa que tanto o câncer de mama quanto o de ovário têm chances de cura por meio do tratamento cirúrgico, principalmente se descobertos no estágio inicial.
Além disso, a oncologista destaca que as técnicas cirúrgicas estão menos invasivas, com menos sequelas e melhor desfecho oncológico – formando um conjunto de estratégias cada vez mais assertivo e eficaz.
Boas práticas e atividades
A saúde feminina passa por:
- Ter um acompanhamento periódico de profissionais da saúde
- Praticar exercícios físicos regularmente
- Ter uma alimentação balanceada
- Manter um peso saudável
- Ingerir quantidade de água adequada diariamente
- Evitar o tabagismo e o consumo de bebida alcoólica
- Ter horas de sono adequadas
- Reduzir o estresse
* Produção: Padrinho Conteúdo