Os problemas em relação as férias dos funcionários do Hospital Universitário de Canoas, na Região Metropolitana, foram confirmados. Os colaboradores que entraram em recesso entre 23 de setembro e 7 de outubro ainda não receberam os valores e períodos após essa data foram cancelados. Além disso, há atraso nos depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e rescisões.
Conforme o diretor operacional da instituição, Jorge Bopp, as situações ocorrem pela falta de recursos financeiros e também por conta do aumento de pacientes após a enchente.
— O município vive uma crise financeira, assim como o hospital. A cidade foi afetada pela enchente, o Hospital de Pronto Socorro está fechado e com isso, estamos superlotados. Infelizmente, temos que escolher entre comprar itens básicos para o funcionamento do hospital ou regularizar todas as contas — disse o diretor.
O pagamento das férias era prometido para esta quarta-feira (16), o que não ocorreu. Inicialmente, o prazo informado era 8 de outubro. Em relação aos cancelamentos, a direção afirma que ocorreram para adquirir recursos. No entanto, colaboradores puderam escolher sair em férias sem receberem os valores.
A reportagem de Zero Hora conversou com funcionários que tiveram o recesso cancelado. Em um dos casos, o aviso foi enviado por e-mail quatro dias dele sair em férias.
— Com tudo aprovado e programado para as férias, eles simplesmente cancelam. Na quinta-feira recebi um e-mail avisando que minhas férias, que começavam na segunda, estavam canceladas. É muito difícil — contou o funcionário.
A direção do hospital também admite que há atrasos nos depósitos do FGTS. Isso ocorre desde o começo do ano. Um pedido para o parcelamento do montante foi protocolado junto à prefeitura de Canoas. Além disso, valores rescisórios não estão sendo pagos desde setembro de 2023.
— Estamos fazendo um esforço para regularizar. Entendemos a situação, mas buscamos a compreensão dos funcionários. Logo as situações serão resolvidas — afirmou o diretor operacional do Hospital Univeristário, Jorge Bopp.
Segundo o presidente do SindiSaúde, Julio Jesien o sindicato já pediu na Justiça a garantia dos depósitos. Uma reunião está marcada para a próxima semana com a direção do hospital para tratar sobre as férias.
O Hospital Universitário de Canoas é administrado pela prefeitura desde maio de 2022, devido a uma intervenção judicial. A Fundação Educacional Alto Médio São Francisco (Funam) foi afastada da gestão devido a denúncias de irregularidades.
