A nova gestão do Hospital Universitário de Canoas confirmou a demissão de 20 funcionários da instituição. A afirmação é do diretor-geral, Paulo Nader, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, na manhã desta quarta-feira (3). Os desligamentos ocorreram no setor administrativo nesta semana.
De acordo com a nova direção, que assumiu suas funções na terça-feira (2), a redução da estrutura administrativa é parte do plano da gestão. Além disso, uma auditoria financeira está em andamento para avaliar as dívidas da instituição. São 1.600 funcionários no total, segundo a administração.
— Em um primeiro levantamento, identificamos uma dívida do hospital, incluindo falta de pagamento de impostos, dívidas de gás, entre outros, que totaliza cerca de R$ 36 milhões nos últimos cinco ou seis meses. Estamos trabalhando em conjunto com a prefeitura, a Secretaria da Fazenda e o prefeito para resolver essa situação — explica Nader.
Sobre os salários dos funcionários, o diretor-geral assegurou que serão mantidos em dia. Ele esclareceu que os atrasos no ano passado se referiam a parcelas de impostos e fundo de garantia.
—Nós estamos vendo como depositar isso para os funcionários e pagar as rescisões pendentes nos últimos seis sete meses, valor que está dentro do passivo total.
Nader informou ainda que a definição sobre qual entidade assumirá a gestão do HU será anunciada até abril. Em dezembro, durante o processo de licitação, três entidades foram habilitadas após apresentarem propostas. São elas Fundação de Saúde de Sapucaia do Sul, Associação Saúde em Movimento da Bahia e Beneficência Hospitalar de Cesário Lange de São Paulo.
Na licitação, a prefeitura se propõe a pagar mais de R$ 210 milhões por 12 meses para que uma das instituições assuma a estrutura do hospital e operacionalize o pagamento de salários, medicamentos e outros custos. A escolha será baseada em critérios técnicos e preço global.
O edital exige que a contratada tenha experiência em serviços de saúde em alta e média complexidade, com administração de hospital geral com no mínimo 200 leitos.
A ação é uma das 10 medidas emergenciais anunciadas pelo então prefeito Jairo Jorge, no início de novembro, para conter a crise no hospital. Jairo foi afastado do cargo pela Justiça Federal e, em dezembro o vice-prefeito Nedy de Vargas assumiu a prefeitura.
