As mais de 77 mil pessoas que estão vivendo em abrigos no Rio Grande do Sul em decorrência das enchentes já estão sendo vacinadas contra a gripe. A elaboração da estratégia para imunizar toda a população a partir de seis meses de idade nesses locais envolveu técnicos da Secretaria Estadual da Saúde (SES), do Ministério da Saúde e dos municípios. Porto Alegre vem aplicando as vacinas desde a semana passada, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Há chamado aberto para voluntários da área de saúde, e enfermeiros e técnicos em enfermagem estão sendo direcionados para compor as equipes de aplicação das doses. A orientação é para imunização de abrigados — voluntários e socorristas devem procurar os postos de saúde da rede habitual, assim como o restante da população (a campanha nacional havia sido ampliada para todos os públicos pouco antes da tragédia no Estado). Na Capital, a iniciativa inclui vacinar também voluntários e socorristas, de acordo com a SMS.
O principal objetivo da imunização é a redução de casos graves de gripe, internações hospitalares e óbitos.
— Nos abrigos, existe potencial maior de transmissão de vírus pela proximidade (entre as pessoas) e pelo confinamento. Estamos entrando em um período de aumento das doenças respiratórias — explica Tani Ranieri, diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).
A intenção inicial é concluir a operação até segunda-feira (20). Se não for possível, a força-tarefa seguirá aplicando as doses. O governo estadual está em contato com coordenadorias regionais e municípios para suprir a carência de seringas e doses. Segundo Tani, há vacinas disponíveis para todos os abrigados.
Quem não quiser ser vacinado será respeitado, pontua a diretora do Cevs. Ninguém será obrigado a receber a dose.
— A vacina é segura, tem boa eficácia — garante Tani.
A estratégia de imunização nos abrigos deverá incluir, brevemente, vacinas para outras doenças, incluindo a da covid.