Um caso de divertículo gigante do cólon, doença intestinal considerada raríssima, foi identificado pelos médicos do Hospital Municipal Salgado Filho (HMSF), no Rio de Janeiro. Descoberto primeiramente em 1946, o quadro foi registrado menos de 200 vezes no mundo em 78 anos.
O paciente, um homem de 62 anos, precisou passar por cirurgia. Ele procurou a emergência após passar pelo menos dois meses com dores no abdômen e perda de peso, sintomas comuns em casos de diverticulite. A presença de uma massa flácida e palpável no lado esquerdo da barriga foi confirmada por uma tomografia computadorizada. O paciente recebeu alta no quarto dia após a cirurgia e passa bem.
O relato do atendimento foi apresentado no 17° Congresso Europeu Colorretal, realizado entre os dias 3 e 6 de dezembro de 2023 em St. Gallen, na Suíça, e também publicado na revista científica European Surgery - Acta Chirurgica Austriaca.
O que é e quando acontece?
O divertículo é uma pequena estrutura em formato de balão que pode se formar em diferentes partes do estômago e, principalmente, do intestino. A diverticulose acontece quando existem vários divertículos nas paredes do trato gastrointestinal.
Mesmo sendo inofensivos na maioria das vezes, quando esses balões inflamam ou se infectam o quadro evolui para a diverticulite. Dor abdominal, febre e náusea estão entre os sintomas mais comuns. O tratamento depende da evolução de cada caso, e pode incluir desde antibióticos e mudanças na dieta até tratamento hospitalar e intervenção cirúrgica.
Os divertículos costumam medir até quatro centímetros, chegando a nove em casos críticos raros - quando entram para a categoria de gigantes. O caso do Hospital Municipal Salgado Filho, porém, foi ainda mais raro: a massa tinha 13 x 12 x 10 centímetros, maior, inclusive, do que o máximo esperado para um divertículo gigante.
A medicina ainda não entende por completo as causas desse crescimento excessivo. Os pacientes costumam apresentar sintomas intensos. O paciente do HMSF foi admitido com muita dor abdominal acompanhada de perda de peso. Após exame físico e tomografia, a equipe fechou o diagnóstico.
Foi necessária uma cirurgia para reverter o quadro. Os cirurgiões começaram com uma laparotomia (abertura cirúrgica da cavidade abdominal) para localizar a massa, removida junto de parte do intestino grosso. Com uma recuperação tranquila, o paciente recebeu alta depois de quatro dias e passa bem.