Com expectativa de apenas mais dois anos de vida, o adolescente paulistano Alexander Martinez, 15 anos, passou por uma cirurgia em setembro que mudou este cenário. Alexander nasceu com "metade do coração" — com um ventrículo único e não dois —, e já havia passado por três cirurgias. Após ser hospitalizado no início do ano, o jovem passou por exames e uma batalha judicial para receber um ventrículo artificial, o HeartMate 3.
Alexander é o primeiro paciente da América Latina, que nasceu com "metade do coração" a receber esta tecnologia. O dispositivo é utilizado em pacientes com insuficiência cardíaca e auxilia o coração a bombear o sangue. As informações são do g1.
Em fevereiro, Alexander sentiu os pés inchados e foi parar no hospital, onde permaneceu internado até o início de dezembro, três meses após o implante do dispositivo. A hipótese de transplante de coração era contraindicada devido à ausência de uma artéria pulmonar. A equipe tinha duas opções: não fazer nada e oferecer conforto ao paciente; ou fazer o procedimento, apesar do risco, mas que traria a chance de melhorar a qualidade de vida dele.
Batalha judicial
O procedimento pelo qual Alexander passou não é realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o plano de saúde negou a cirurgia de implantação do dispositivo importado. Foi preciso que a família recorresse ao judiciário.
Alexander acompanhava o pai em partidas de futebol com colegas do trabalho e foi aí que o chefe, que é advogado, ficou sabendo da história e decidiu ajudar. O chefe de Alessandro conseguiu na Justiça a determinação para o convênio realizar a cirurgia. A juíza da 1ª Vara Cível do Foro Regional I - Santana decidiu, em 10 de julho, que a recusa do plano era ilegal e determinou multa diária de R$ 15 mil se a empresa não cumprisse.
Antes de realizar o procedimento, a equipe do Instituto do Coração (InCor) estudou o caso durante dois meses com uma peça feita em impressora 3D, moldada no formato do coração de Alexander, e de imagens de softwares com realidade virtual.
Como funciona o dispositivo
O dispositivo é controlado a partir de um pequeno monitor, que pode ser posicionado na cintura, no cós da calça. Nele são conectados três cabos, um é responsável pela conexão com a parte interna do equipamento e outros dois com as baterias externas, com duração de até 17 horas, que o paciente deve carregar através de uma alça apoiada no pescoço.