Foi lançado na tarde desta segunda-feira (29) o programa Inverno Gaúcho com Saúde, que consiste em uma série de medidas encabeçadas pelo Governo do Estado para minimizar o impacto do frio nos hospitais gaúchos de junho a agosto. O anúncio ocorreu durante evento no Centro Histórico-Cultural da Santa Casa, no bairro Independência, em Porto Alegre, com a presença do governador Eduardo Leite, autoridades médicas e gestores dos municípios.
As ações serão sustentadas com a distribuição de cerca de R$ 10 milhões oriundos do Tesouro Estadual. Entre as principais iniciativas, está o repasse de valores para que os hospitais ampliem as estruturas de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pediátricas. Instituições que tiverem até 10 leitos de UTI pediátrica receberão o chamado “complemento financeiro” de R$ 250 mil. Já os hospitais que possuírem mais de 10 UTIs pediátricas terão direito a R$ 375 mil.
Além disso, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) poderá emprestar equipamentos como ventilador pulmonar, monitor e cama hospitalar, no sentido de auxiliar na ampliação dos leitos de UTI para crianças.
Do montante total, também será repassado R$ 90 mil para reforço da capacidade de atendimentos das portas de entrada. A intenção é que, com o apoio do Estado, as instituições possam completar as equipes que atuam nesses setores com a contratação de profissionais por tempo determinado.
Dados apresentados apontam a necessidade do investimento devido ao crescimento da demanda dos serviços públicos, uma tendência já averiguada nos últimos anos: aumento de 6% das internações de pacientes de 0 a 14 anos por doenças relacionadas ao inverno (de 34.169 em 2019 para 36.273 em 2022) e aumento de 83,9% nos atendimentos na atenção primária à saúde (de 23.080 em 2019 para 42.458 em 2022).
O foco do programa Inverno Gaúcho com Saúde é no incentivo à prevenção e na qualificação da assistência à saúde, principalmente dos atendimentos às crianças, que têm apresentado quadros respiratórios graves, conforme relatos das equipes hospitalares. Os problemas respiratórios, segundo Arita, estão diretamente ligados à baixa cobertura vacinal.
— Evidentemente que, para nós, o fundamental é a prevenção. Nós não queremos que as crianças adoeçam e tenham que recorrer a um serviço hospitalar. Nós queremos que as crianças sejam vacinadas — afirmou a secretária.
No simbolismo da importância da vacinação, a filha de oito anos do diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Marcelo Vallandro, e os filhos de três e sete anos do secretário de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, foram vacinados contra a gripe durante o evento.
Outras medidas
Também foi anunciada a contratação de pediatras intensivistas para prestar consultoria, em um programa de telemedicina, para equipes médicas, especialmente as de hospitais de menor porte. Será uma equipe com atuação de 12 horas por dia, sete dias por semana, para fornecer orientações técnicas, sobre o remanejamento de crianças, evitando que elas sejam transferidas para UTI, caso seja possível. Um painel online para monitoramento dos dados de ocupação dos leitos está em fase final de elaboração e ficará disponível para a comunidade.
Entre outras ações, Arita Bergmann incentivou que as prefeituras abram as unidades básicas de saúde no turno da noite e/ou aos finais de semana, como já ocorre em Porto Alegre.