A China dispõe de dados científicos suplementares que permitiriam entender melhor as origens da covid-19, assegurou, nesta quinta-feira (6), a Organização Mundial de Saúde (OMS), em um novo pedido por mais transparência do gigante asiático sobre esta questão.
— Sem um acesso completo às informações de que a China dispõe (...) todas as hipóteses (sobre a origem do coronavírus) seguem sobre a mesa. É a posição da OMS e, por esse motivo, pedimos à China que coopere — disse Tedros Adhanon, diretor-geral dessa agência da ONU, durante uma coletiva de imprensa em Genebra.
— Se cooperarem, saberemos o que aconteceu e como começou — acrescentou.
— Sabemos que (a China) dispõe de informações suplementares e necessitamos que os cientistas, os profissionais da saúde pública e os governos compartilhem essas informações. Não é um jogo — afirmou a doutora Maria Van Kerkhove, que dirige a luta contra a covid-19 na OMS, durante a mesma coletiva.
Três anos após o surgimento da covid-19, os debates sobre as origens da pandemia continuam. A maior parte da comunidade científica considera que o coronavírus surgiu a partir de um animal que o transmitiu para um ser humano, provavelmente no mercado de Huanan na cidade de Wuhan, no centro-oeste da China.
Cientistas e dirigentes americanos, no entanto, defendem a hipótese de uma fuga em um laboratório na mesma localidade do gigante asiático. A China se opõe a esta teoria, porém, por muito tempo, também negou que houvesse animais capazes de transmitir o vírus no mercado de Huanan.
No entanto, segundo novos dados chineses, publicados no final de janeiro e rapidamente suprimidos, há provas moleculares da venda de animais no mercado.
— Tínhamos dúvidas sobre isso, mas agora dispomos da prova — afirmou Van Kerkhove:
— Também sabemos que, entre as amostras com um diagnóstico positivo do SARS-Cov-2, havia DNA de animais.
Porém, segundo esta epidemiologista americana, enquanto todos os dados científicos não estiverem disponíveis, não se pode descartar nenhuma hipótese sobre a origem do covid-19.
* AFP