Um estudo divulgado nesta quinta-feira (23) pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) com base em dados de hospitalizações e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave entre abril de 2022 e janeiro de 2023 aponta que a dose de reforço da vacina contra a covid-19 pode reduzir pela metade o risco de morte pela doença.
A apuração foi realizada a partir dos dados de hospitalizações e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrados entre os meses de abril de 2022 a janeiro de 2023 no Rio Grande do Sul. Esses dados foram cruzados então com os registros de vacinados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações.
Entre a população de 40 a 59 anos, quem tomou o segundo reforço apresentou uma taxa de mortalidade 2,1 vezes menor do que quem tinha apenas o primeiro reforço. Se a comparação for feita com as pessoas que nem tinham o esquema primário completo (primeira e segunda dose), a proporção sobe para dez vezes. Em dados brutos, a taxa de mortalidade por 100 mil pessoas foi de 36,54 entre quem não tomou nenhuma vacina ou tomou apenas a primeira dose a 3,55 para pessoas com todo o esquema e reforço da segunda dose.
Entre as pessoas com 60 anos ou mais, quem teve o segundo reforço apresentou uma taxa de mortalidade 1,7 vezes menor do que quem tomou o primeiro reforço, apenas. Na comparação com quem não teve sequer o esquema primário (tomou a primeira dose ou nem a primeira dose) a taxa é sete vezes menor.
A taxa de mortalidade para idosos sem o esquema primário é de 428,39 para cada mil pessoas, enquanto entre aqueles que contaram com o segundo reforço, o número é 62,97 para cada mil pessoas.
Crianças, adolescentes e jovens adultos
Para as faixas etárias abaixo dos 40 anos, a análise foi feita com base nas hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), já que o número absoluto de óbitos pela covid-19 foi baixo no período selecionado. Ao todo, foram 731 internações em virtude do coronavírus notificadas no intervalo em pessoas dos 5 aos 39 anos.
Os adultos jovens, nome usado pela Secretaria da Saúde para designar pessoas dos 18 aos 39 anos, que tiveram o primeiro reforço tiveram uma taxa de SRAG 1,2 vez menor do que quem tinha somente o esquema primário e 2,1 vezes menor do que quem não tinha o esquema primário completo.
Os adolescentes, 12 a 17 anos, que tinham o primeiro reforço registram uma taxa 1,7 vez menor do que quem tinha o primeiro reforço e 2,3 vezes menor em relação a quem não tinha o esquema primário completo. Já entre as crianças de 5 a 11 anos, ainda não foi considerada a vacinação de reforço, mas o esquema completo de duas doses reduziu em 2,3 vezes as chances de hospitalizações.
Os resultados foram obtidos a partir dos dados de hospitalizações e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrados entre os meses de abril de 2022 a janeiro de 2023 no Rio Grande do Sul. Esses dados foram cruzados com os registros de vacinados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações.
Atraso
Mais de 5,7 milhões de pessoas estão com alguma dose em atraso. O atraso do primeiro reforço é de 2,9 milhões e do segundo reforço, 2,1 milhões.