O Rio Grande do Sul não tem registro de pacientes lesados pelas pomadas para trançar e modelar cabelo até o momento, garantiu nesta segunda-feira (13) a Secretaria Estadual de Saúde (SES). A comercialização de todas as marcas desses produtos foi proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após relatos de pessoas que fizeram uso e sofreram com ardência nos olhos e até cegueira temporária.
De acordo com a SES, não houve casos de pacientes com algum tipo de sintoma, nem mesmo denúncias envolvendo a comercialização desses produtos. Feita na sexta-feira (10), a decisão da Anvisa desautoriza a venda e aquisição de todas as marcas envolvidas na produção das pomadas, e também impede que sejam utilizadas por consumidores e salões de beleza, mesmo quando se tratarem de frascos adquiridos anteriormente.
Em contato com a reportagem de GZH, os hospitais Santa Casa de Misericórdia, Hospital Conceição e Hospital de Pronto Socorro (HPS), todos de Porto Alegre, informaram que não receberam, em suas emergências, pacientes que relataram sintomas ou desconfortos após uso das pomadas.
A reportagem também questionou a Anvisa sobre quais Estados registraram casos de pessoas lesadas pelo produto. Em nota, o órgão respondeu que não havia sido feita essa separação por regiões, mas que "os Estados que indicaram o maior número de casos, até o momento, foram os Estados do Rio de Janeiro e Pernambuco."
A decisão da Anvisa de proibir a comercialização e o uso das pomadas para trançar e modelar cabelos é uma medida cautelar. A suspensão tem duração enquanto a agência estiver investigando o caso.
- Essa medida foi tomada em razão de muitos relatos de efeitos indesejáveis que vêm ocorrendo quando o produto entra em contato com os olhos, como ardência, dor, vermelhidão e até mesmo cegueira temporária. Por isso, não façamos uso desses produtos por enquanto. A Anvisa segue investigando o caso para garantir a segurança de todos os consumidores - disse, em vídeo divulgado à imprensa, Renata Zago, do departamento de Gerência Geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária.
O que deve ser feito?
Consumidor
- Não use ou adquira esses produtos.
- Se fez uso recente, lave os cabelos com cuidado, sempre lembrando de inclinar a cabeça para trás, para que o produto não entre em contato com os olhos.
- Em caso de contato acidental com os olhos, lave imediatamente com água em abundância.
- Em caso de qualquer efeito indesejado procure imediatamente o serviço de saúde mais próximo de você.
- Em caso de efeito indesejado, notifique o caso à Anvisa por meio deste site.
Profissionais, salões e comércio em geral
- Não utilizem esses produtos em nenhum cliente.
- O manuseio do produto também pode trazer risco aos aplicadores.
- Não comercialize esses produtos enquanto a medida estiver em vigor.
- Não existe determinação de recolhimento no momento, mas o produto deve ficar separado e não deve ser exposto ao consumo ou uso.
Profissionais de saúde
- Ao realizar atendimento de pacientes com quaisquer efeitos indesejáveis à saúde supostamente relacionados com o uso de produtos para trançar/modelar os cabelos ou de outros produtos cosméticos, notifique o caso à Anvisa por meio deste site.