A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, por unanimidade, em reunião extraordinária nesta terça-feira (22), o uso emergencial de novas versões da vacina da Pfizer. As chamadas bivalentes, termo usado para designar um imunizante atualizado contra a covid-19, estão adaptadas para uma proteção maior contra as subvariantes da Ômicron.
As vacinas bivalentes foram modificadas e apresentam duas versões: a Cominarty BA.1 e a Cominarty BA.4 e BA.5. Conforme foi destacado pelos diretores durante os votos, ambas as vacinas são indicadas para dose de reforço, não para o esquema primário, sendo orientadas para a terceira dose de reforço na população acima de 12 anos de idade.
A votação contou com quatro diretores da agência reguladora e integrou a reunião extraordinária que começou por volta das 18h30min desta terça.
As vacinas bivalentes são mais atualizadas e contêm uma mistura de cepas do vírus SarsCov-2. Desta forma, os imunizantes podem garantir uma proteção maior contra as novas variantes. O Brasil passa por uma nova onda da covid-19, que tem preocupado especialistas pela maior resistência às barreiras vacinais e transmissibilidade das novas cepas do coronavírus.
As vacinas bivalentes da Pfizer já são usadas nos Estados Unidos, no Chile, no Canadá e na Europa. Os produtos oferecem maior proteção, sobretudo contra infecções leves. O produto terá frasco de tampa cinza.
Durante seu voto, Meiruze Freitas, diretora da Anvisa e relatora do caso, defendeu que as vacinas atuais "ainda demonstram eficácia na prevenção de casos graves e óbitos", mas salientou que as bivalentes se apresentam como "mais uma ferramenta" na estratégia de vacinação para combate à covid-19.
Os níveis de segurança dos imunizantes chamados como de "segunda geração" foram considerados adequados na avaliação da Anvisa. Entre os efeitos colaterais listados, estão dor no local da aplicação, dor de cabeça e desconforto.
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (AMB) pedem que o governo ofereça o mais rápido possível vacinas atualizadas para reduzir o impacto da nova onda de covid, gerada pela subvariante BQ.1, “neta” da Ômicron. Contra essa especificamente, a versão modificada da Pfizer não contempla.
Preocupação
Hoje, as subvariantes que mais preocupam autoridades sanitárias ao redor do mundo são a BQ.1 e a XBB, ambas da linhagem da Ômicron - variante contra a qual a vacina bivalente da Pfizer possui proteção específica, diferentemente dos imunizantes disponível no Brasil.
Segundo especialistas, os imunizantes disponíveis hoje nos postos de saúde do País conferem uma proteção mínima contra as novas variantes, mas é preciso que as pessoas tomem todas as doses de reforço necessárias. Para pessoas imunossuprimidas, como pacientes recém transplantados, pessoas com câncer ou doença de lupos, os infectologistas afirmam que a imunização com a vacina bivalente, mais atualizada, é bastante importante.