O grupo temático (GT) da Saúde do gabinete de transição se reúne, nesta quarta-feira (23), com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O encontro será na sede da pasta em Brasília, com o objetivo de solicitar informações a respeito das atuais políticas para a área. Ainda nesta terça-feira (22), o GT terá reunião com o ministro interino do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, para tratar de auditorias para o setor realizadas por técnicos da Corte.
De acordo com Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff, uma das cobranças será pelos baixos índices de vacinação contra a covid-19, em especial, entre crianças. Conforme Chioro, um dos questionamentos dirigidos a Queiroga será a motivação pela qual o Ministério autorizou somente crianças com comorbidades, entre seis meses e quatro anos, a receberem as doses do imunizante.
Outro ponto a ser questionado será a demora para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorize o uso emergencial da vacina bivalente da Pfizer - vista por especialistas como a única, até o momento, capaz de prevenir as novas subvariantes da Ômicron - e a falta de previsão para a compra das doses. A agência reguladora deverá autorizar a partir desta terça, a utilização emergencial de mais dois imunizantes bivalentes, mais de um mês depois da solicitação feita pela farmacêutica.
— Vamos tentar saber quais medidas o Ministério está tomando para incorporar a nova vacina. Queremos saber por que estão sendo negadas as vacinas que já foram incorporadas, já verificando uma onda epidêmica — disse o ex-ministro.
Nesta terça-feira, o grupo temático se reuniu com 28 representantes de laboratórios públicos e privados, universidades e dirigentes da área farmacêutica e de equipamentos para a Saúde. Foram tratados temas como acesso a insumos e medicamentos de alto custo, além de dificuldades na produção de aparelhos.
São necessários cerca de R$ 1,8 bilhão para recompor o orçamento do Farmácia Popular, segundo dados do Instituto Brasileiro de Saúde e Assistência Farmacêutica (Ibsfarma). No Orçamento de 2023, estão previstos R$ 1,018 bilhão para o programa, menor previsão orçamentária desde 2013. O montante considera os recursos destinados a gratuidades e modalidade de copagamento, em que o governo subsidia parte do preço do remédio e o paciente paga outra parte.