A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou uma nota técnica, nessa sexta-feira (11), alertando para o aumento significativo do número de casos de covid-19 no Brasil nas últimas semanas. O motivo da alta está relacionado à circulação da subvariante Ômicron BQ.1 e também de outras variantes.
Para reduzir o risco de complicações da doença, internação hospitalar e morte, os especialistas recomendam que a população complete o esquema vacinal com as doses de reforço e que idosos e imunossuprimidos (com deficiências no sistema de defesas do organismo, como transplantados e pacientes em tratamento para câncer) evitem aglomerações e usem máscaras. Na avaliação da SBI, os índices de imunização referentes aos reforços ainda são considerados insatisfatórios para os diferentes públicos-alvo.
O texto demanda agilidade das autoridades em processos envolvendo vacinas e medicamentos: doses suficientes para imunizar todas as crianças de seis meses a cinco anos, independentemente da presença de comorbidades; aprovação e acesso às vacinas bivalentes de segunda geração, que estão atualmente em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); disponibilização, nos setores público e privado, de medicações já aprovadas pela Anvisa para o tratamento e a prevenção da doença, “medida que ainda não se concretizou após mais de seis meses da licença para esses fármacos no Brasil”.
O documento, elaborado pelo Comitê Científico de Covid-19 e Infecções Respiratórias da SBI, solicita “atenção especial” do Ministério da Saúde, da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e da Anvisa, “objetivando otimizar as tecnologias de prevenção e tratamento já disponíveis, colaborando para o enfrentamento da situação atual e reduzindo a chance de um possível impacto futuro de óbitos e superlotação dos serviços de saúde públicos e privados por casos graves de covid-19”.