Um estudo mostra quais são os grupos mais vulneráveis a desenvolver a covid longa, quando os sintomas da doença persistem por mais tempo. Publicada na terça-feira (28) na revista científica Nature Communications, a pesquisa diz que mulheres, pessoas com idade entre 50 e 60 anos, com a saúde mental e física fragilizada antes da pandemia, com asma e obesas formam o grupo de mais vulneráveis a desenvolver o quadro.
O estudo, que é considerado um dos mais amplos na análise de perfil de pacientes da doença, foi comandado por pesquisadores da University College London,do Reino Unido, e levou em conta 10 estudos populacionais além de dados de mais de 1,1 milhão de britânicos com diagnóstico da doença disponíveis em registros eletrônicos.
De acordo com o site O Globo, o percentual de pacientes que ainda se queixava de sintomas por ao menos 12 semanas após a infecção ficou entre 7,8% e 17%, enquanto de 1,2% a 4,8% contaram ter sinais “debilitantes”. Além disso, a incidência da síndrome em pessoas da faixa dos 60 anos, em comparação aos que têm 20 anos, foi quatro vezes maior.
"As mulheres montam respostas imunes inatas e adaptativas mais rápidas e robustas, que podem protegê-las da infecção inicial e da gravidade. No entanto, essa mesma diferença pode tornar o sexo feminino mais vulnerável a doenças autoimunes prolongadas ", observaram os cientistas no estudo.
O grupo representado por mulheres na maioria dos casos de covid longa também já foi apresentado em outro estudo, publicado na semana passada na Current Medical Reserach and Opinion, que pontua que o risco maior pode estar associado a mudanças imunológicas.
A pesquisa também mostra que os sintomas são diferentes: enquanto as mulheres relataram problemas no nariz, ouvido, garganta, distúrbios no humor, cutâneos e gastrointestinais, foi observado que os homens têm tendência maior de apresentar distúrbios endócrinos, como diabetes ou problemas renais.