A noite passada e madrugada desta terça-feira (12) foram de superlotação nas emergências pediátricas de Porto Alegre. Enquanto os profissionais de saúde enfrentam pacientes em maior número do que as vagas disponíveis, a prefeitura e os hospitais trabalham para ampliar o número de leitos nos hospitais da cidade.
De acordo com a prefeitura, oito leitos foram abertos no Hospital da Criança Conceição ainda na segunda-feira (12). A promessa é contar com um total de 33 novos leitos na rede pública e a inauguração de uma nova emergência pediátrica em maio.
Mais vagas
Regido pela prefeitura, o Presidente Vargas foi um dos hospitais que se reuniu com a Secretaria Municipal da Saúde na manhã desta terça (12). No debate, foram expostas as dificuldades para dar conta da demanda. Acordaram com o município a previsão de ampliar os leitos de enfermaria, passando de 30 para 50 postos, em prazo de 15 dias.
Também em duas semanas, o município planeja abrir sete leitos pediátricos no Hospital da Restinga e Extremo Sul.
A maior mudança, no entanto, foi prometida ao Hospital Vila Nova, no bairro de mesmo nome da zona sul: a criação de uma emergência pediátrica, para o mês de maio.
Sem uma data especificada, a prefeitura negocia a retomada de 16 leitos no Hospital da Criança Santo Antônio, do Complexo Hospitalar da Santa Casa. A emergência SUS da instituição é referenciada, e recebe somente os encaminhados pela Secretaria Estadual da Saúde.
Conceição reabre e Clínicas segue superlotado
A direção do Grupo Hospitalar Conceição também esteve no encontro. Exclusivo para o grupo infantil, o Hospital da Criança Conceição teve as portas fechadas para casos considerados sem gravidade. A restrição foi derrubada no início da madrugada.
No Hospital de Clínicas, bairro Santa Cecília, 19 pacientes ocupavam a emergência pediátrica, onde há nove leitos. A instituição garantiu que não deixa de atender qualquer pessoa, mas ponderou que pelo excesso de procura, o tempo de espera é maior que o habitual, dependendo da intensidade dos sintomas avaliados na triagem.
O empresário Giovane Schettert, 26 anos, passou duas horas no local com o menino Bernardo, 3 anos:
– Mesmo superlotado fui bem atendido – elogia.
A chegada e saída de casais com seus filhos foi constante no Clínicas, no final da manhã.
A situação nas emergências
O Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, localizado no bairro Independência, chegou a uma média de 40 crianças esperando atendimento ao mesmo tempo, segundo a chefe do setor, Maristela Filippi de Oliveira. Para tamanha procura, a quantidade de médicos se mostrou insuficiente, relata a gestora.
– Tínhamos dois pediatras para os pacientes da emergência e para cuidar de outros internos. Com isso, ultrapassa muito o tempo preconizado para atendimento - informa a diretora.
Às 10h desta terça-feira (12), o número de crianças reduziu, mas ainda com o dobro da capacidade: 17 internados para oito leitos. Na recepção, era constante a chegada e saída de pais com seus filhos, e por uma janela de vidro era possível enxergar muitas famílias sentadas nas poltronas.
A serviços gerais Cátia Ferraz Vieira da Rosa, 45 anos, levou Rafaela para uma consulta. Já de dia, não enfrentou as mesmas seis horas que as mães da madrugada passaram em chá de banco:
– Vou pegar os remédios e ver se ela melhora agora, se não tem que internar.