Diante do aumento de casos de coronavírus, causado pela variante Ômicron, o governo francês decidiu intensificar medidas de combate à pandemia, ampliar o uso de máscaras e colocar em votação um projeto de lei que pode restringir a circulação de não vacinados no país.
Legisladores franceses debatem nesta segunda-feira (3) a implementação de um passe de vacina obrigatório para acesso a restaurantes, bares e outros locais públicos. O documento também seria exigido em trens inter-regionais e em ônibus e voos domésticos, sendo dispensável apenas para trabalhar e acessar serviços de saúde ou sociais. Se aprovada, a lei entrará em vigor no dia 15.
A mudança deve desencadear protestos, já que, desde julho, milhares de franceses vão às ruas contra o passe de saúde, em manifestações que chegaram a mobilizar 237 mil pessoas em um único dia. A França é um dos países com maior taxa de vacinação do mundo: 77% de sua população já foi imunizada. Mais de 4 milhões de adultos, no entanto, ainda não tomaram a vacina.
Os não vacinados que contraírem o vírus serão "vigiados e punidos", disse o ministro da Saúde francês, Olivier Veran. Eles terão que se isolar por 10 dias se entrarem em contato com uma pessoa infectada, enquanto residentes inoculados não precisarão mais fazer quarentena a partir de hoje.
O governo francês vem anunciando uma série de medidas de combate à quinta onda de coronavírus no país. No sábado (1º), reduziu a idade para uso obrigatório de máscaras de 11 para seis anos, em uma tentativa de evitar o fechamento das escolas em janeiro. As aulas recomeçam hoje e as crianças terão que usar máscaras no transporte público, nos complexos desportivos e em locais de culto.
A obrigatoriedade da máscara se estende a espaços ao ar livre em cidades como Paris e Lyon. A capital anunciou que a proteção facial se tornaria obrigatória mesmo em espaços abertos na quarta-feira. Algumas exceções, como práticas esportivas, são permitidas.
Uma série de novas restrições prevê a obrigatoriedade do trabalho em home office por pelo menos três dias da semana a partir do início de janeiro. As empresas que violarem essa regra podem ser multadas em até 50 mil euros (R$ 316 mil).
A França registrou mais de 200 mil novas infecções por quatro dias consecutivos. No sábado (1º), tornou-se o sexto país do mundo a ultrapassar o total de 10 milhões de casos. O ministério da Saúde francês destacou, ainda, que os primeiros dados virológicos apontam para um período de incubação da variante Ômicron mais rápida do que as variantes anteriores, o que favorece uma redução da duração do isolamento.