O Reino Unido confirmou que subiu para 12 o número de mortes provocadas pela Ômicron, variante que coloca o mundo em alerta. Segundo o vice-primeiro-ministro Dominic Raab, outras 104 estão hospitalizadas já com confirmação de infecção pela nova cepa.
– Se observarmos a Ômicron, o que sabemos é que se propaga muito rapidamente. Há um lapso de tempo nos dados e, portanto, não sabemos realmente até que ponto será grave. [...] A única coisa que sabemos é que os que receberam uma dose de reforço têm uma proteção eficaz de mais de 70% – declarou Raab, que também é ministro da Justiça, a Times Radio.
Quase metade das pessoas com mais de 12 anos recebeu uma dose de reforço no Reino Unido. O país, que é um dos mais afetados da Europa pela pandemia, com mais de 147 mil vítimas fatais, enfrenta um forte aumento dos casos por conta da nova variante.
Neste domingo, o país registrou 82.886 novos casos de covid-19, um salto de 72% em relação às 48.071 novas infecções registradas no domingo da semana anterior. Esta é a quarta vez em que o país tem mais de 80 mil casos registrados desde o começo da pandemia.
Além de acelerar a terceira dose, o governo impôs uma nova exigência para o uso de máscaras em ambientes fechados e ordenou que as pessoas apresentassem prova de vacinação ou um recente teste de coronavírus negativo para entrarem em boates e grandes eventos.
O Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências (SAGE) alerta para um pico de pelo menos 3 mil internações por dia na Inglaterra já nos próximos dias. Em janeiro passado, antes da campanha de vacinação, as hospitalizações diárias no Reino Unido ultrapassavam 4 mil.
Europa em alerta
Com o objetivo de tentar conter o aumento de casos da variante Ômicron, a Holanda entrou em um novo lockdown neste domingo (19). A decisão acompanha diversas medidas e restrições dos países europeus frente ao aumento de casos impulsionado pela nova variante.
Todas as lojas, restaurantes, bares, cinemas, museus, teatros e outros serviços não essenciais devem fechar até 14 de janeiro. As faculdades e escolas poderão ser reabertas em 9 de janeiro, afirmou o primeiro-ministro Mark Rutte.
Em meio ao período de festas de fim de ano, o país também limitou o número de pessoas que podem ir como hóspedes a uma casa, que caiu de quatro para duas, exceto no dia de Natal e Ano-Novo.
Jaap van Dissel, chefe da equipe holandesa de gerenciamento da pandemia, reforçou a previsão de outros países europeus de que a Ômicron deverá ultrapassar a variante Delta e ser dominante no final do ano.
Outras nações estão impondo novamente medidas restritivas para conter a nova onda de infecções por covid-19.
Ministros na França, Chipre e Áustria aumentaram as restrições a viagens. Paris cancelou os fogos de artifício da véspera de Ano-Novo. A Dinamarca fechou teatros, salas de concerto, parques de diversões e museus. A Irlanda impôs um toque de recolher às 20 horas em pubs e bares, além da participação limitada em eventos internos e externos.
Na França, o governo anunciou que começará a vacinar crianças de cinco a 11 anos a partir da próxima quarta-feira (22). O primeiro-ministro Jean Castex disse que com a variante Ômicron se espalhando como "um raio", o governo propôs exigir uma prova de vacinação para quem entra em restaurantes, cafés e outros estabelecimentos públicos. A medida pendente requer aprovação parlamentar.
As medidas não agradam todos os europeus. Críticos das últimas restrições fizeram protestos em Londres, Paris, Hamburgo, Berlim, Dusseldorf, e outras cidades alemãs e austríacas.
Casos de Ômicron dobram a cada 1,5 a três dias
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou, em resumo técnico publicado no último dia 17, que a variante Ômicron já foi detectada em 89 países. Os casos de covid-19 da nova variante estão dobrando a cada 1,5 a 3 dias em locais com transmissão local na comunidade. Segundo o documento, as principais questões sobre a nova cepa permanecem sem resposta, incluindo a gravidade da doença provocada por ela e se as vacinas contra a covid-19 existentes conferem proteção.