Embora o Ministério da Saúde tenha determinado que todos os brasileiros com 18 anos ou mais deverão tomar uma terceira dose contra a covid-19 a partir de cinco meses após a segunda dose, em Porto Alegre, esse prazo pode ser maior, de seis meses, a depender do público-alvo.
Para quem tem 60 anos ou mais ou é profissional da saúde, permanece o espaço de cinco meses estipulado pelo governo federal e pela Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS). Para imunossuprimidos, a janela é de 28 dias — ou seja, quem recebeu a segunda aplicação até 22 de outubro já pode ir a um posto de saúde hoje.
Contudo, aqueles entre 18 e 59 anos precisarão esperar seis meses da segunda aplicação para receber o reforço, diferentemente do estabelecido no resto do Estado. Essa foi uma decisão temporária da prefeitura para evitar a falta de doses.
Hoje, a Capital não tem vacinas da Pfizer suficientes para terminar a aplicação de segunda dose em adolescentes e adultos (165.261 pessoas, segundo estimativa da Secretaria Municipal da Saúde) e aplicar o reforço em toda a população adulta.
Cálculo da prefeitura aponta que seriam necessárias cerca de 100 mil doses apenas para os porto-alegrenses de 18 a 59 anos caso o prazo estabelecido fosse de cinco meses. Para evitar o risco de falta de doses da Pfizer e uma corrida aos postos de saúde, com longas filas e aglomeração, a prefeitura decidiu, por enquanto, reduzir o público apto para a terceira dose ao ampliar para seis meses o intervalo nessa faixa etária.
A assessoria de comunicação da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) explica que o intervalo maior para pessoas de 18 a 59 anos deve durar apenas alguns dias, até que novas remessas da Pfizer cheguem à cidade — o imunizante deve, preferencialmente, ser usado para a terceira dose, segundo determinação do Ministério da Saúde.
Sobre a vacina da Janssen, segundo a prefeitura, é preciso aguardar nova remessa para planejar como ocorrerá a aplicação da segunda dose. A despeito de o Ministério da Saúde ter estipulado intervalo de dois meses para a segunda dose do imunizante e cinco meses para a terceira dose com outro produto, Porto Alegre não tem mais nenhuma dose da Janssen para a segunda aplicação — todas foram usadas entre fim de junho e início de julho. Conforme a SMS, se o governo federal enviar doses o suficiente da Janssen, a expectativa é aplicar a segunda dose em todos os porto-alegrenses que receberam a primeira dose na metade do ano.