Após o Ministério da Saúde determinar que todos os brasileiros com 18 anos ou mais recebam a terceira dose de vacina contra a covid-19, a Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS) e os gestores de municípios do Rio Grande do Sul confirmaram, nesta quinta-feira (18), que gaúchos adultos poderão buscar a dose de reforço cinco meses após a segunda aplicação.
Na prática, gaúchos com 18 anos ou mais podem procurar nesta sexta-feira (19) a terceira dose se receberam a segunda aplicação até 19 de junho, independentemente da vacina recebida. Até o fim de dezembro, cerca de 339 mil pessoas entre 18 e 59 anos fecharão o intervalo de cinco meses e estarão aptas para o reforço, segundo levantamento do Estado.
Autoridades foram além da resolução do Ministério da Saúde e especificaram que a terceira dose, depois de ser ofertada para idosos com 60 anos ou mais, profissionais da saúde e imunossuprimidos, deve ser priorizada para “aqueles com maior risco, como as pessoas com comorbidades, abrindo aos demais conforme disponibilidade de doses”.
“Em paralelo e de acordo com a disponibilidade de doses no município, as demais pessoas acima de 18 anos e que completaram os cinco meses de intervalo desde a segunda dose também podem fazer a dose de reforço”, afirma nota da SES-RS.
Mas a determinação de focar em grupos prioritários não deve ter efeito prático para a população, segundo fontes ouvidas por GZH: pelo ritmo da campanha, os próximos gaúchos aptos à terceira dose são, naturalmente, idosos por volta dos 60 anos, indígenas, quilombolas, pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, pessoas em situação de rua e funcionários do sistema prisional. Portanto, basta se ater à carteira de vacinação e aguardar o prazo de cinco meses.
A especificação sobre foco em grupos prioritários serve mais como forma de convocar prefeituras a mobilizarem servidores para ligar e visitar indivíduos que fazem parte dos grupos prioritários (e que, portanto, estão mais vulneráveis) para receber a terceira dose.
— A priorização por grupo prioritário já foi tomada pelo Ministério da Saúde quando começou a vacinação por pessoas acima dos 70 anos, depois 60 anos e depois profissionais da saúde. Pela ordem, o próximo grupo elegível para a terceira dose é o das comorbidades. Especificamos os grupos prioritários agora porque, em hospitais, quem interna é não vacinado e pessoas com comorbidades. Não há impedimento para alguém com cinco meses de intervalo da segunda dose e sem comorbidade fazer a vacina — explica o presidente do Conselho dos Secretários Municipais da Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems-RS), Maicon Lemos.
Além de oferecer a terceira dose, prefeituras precisam assegurar no estoque vacinas para a segunda aplicação. Cerca de 870 mil gaúchos estão, atualmente, com a segunda dose em atraso — a maioria, homens e adultos jovens. O Estado destaca que o Ministério da Saúde ainda não enviou doses suficientes para o avanço da terceira dose no Rio Grande do Sul.
Contatada pela reportagem, a assessoria de comunicação da Secretaria da Saúde de Porto Alegre afirmou que a orientação estadual não altera as regras na capital gaúcha: aplicar a terceira dose em idosos com 60 anos ou mais e profissionais da saúde que receberam a segunda aplicação há cinco meses.
Para quem tem entre 18 e 59 anos, o intervalo é de seis meses — uma forma de reduzir o número de pessoas aptas ao reforço, uma vez que não há doses da Pfizer para todos. Já para quem é imunossuprimido, o intervalo é de 28 dias após a segunda aplicação.