Cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, podem ter descoberto uma vacina universal que protegeria contra as principais variantes do coronavírus, incluindo os resfriados comuns. O imunizante seria um primeiro passo importante na prevenção de novas pandemias ou surtos de doenças virais respiratórias, segundo uma versão preliminar do estudo publicada nesta segunda-feira (10) na revista especializada Nature.
De acordo com a pesquisa, a imunização em macacos com vacinas que utilizam nanopartículas de RBD (domínio receptor-obrigatório) do Sars-Cov-2, com adjuvantes de alúmen, conseguiram gerar anticorpos múltiplos contra a família do betacoronavírus. Esse gênero do coronavírus é o mesmo responsável pelos surtos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que surgiu na China, em 2002; de Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), identificada na Índia, em 2013; e pela atual pandemia da covid-19.
Os imunizantes protegeriam também contra as principais variantes identificadas do coronavírus, como a britânica (B.1.1.7), a brasileira (P.1) e a sul-africana (B.1.351). O estudo ainda encontrou resposta imune em macacos para o Sars-CoV-1 (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e à cepa batCoVs.
A pesquisa aponta que vacinas com a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) e núcleo modificado também se mostram eficazes, porém em menor quantidade, contra o coronavírus e contra a cepa batCoV, presente em animais. Elas poderiam ainda prevenir a transmissão de novos tipos do coronavírus de animais para humanos.
Por enquanto, os testes só foram aplicados em macacos, e o estudo foi publicado em uma versão inicial. A pesquisa ainda precisa passar por revisão da comunidade científica sobre as provas apresentadas antes de ser divulgada em seu formato final.