Um dia depois de o Brasil superar a marca dos 300 mil óbitos pelo coronavírus em um ano de pandemia, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou a jornalistas que o número de mortes "ultrapassou o limite do bom senso" e que o foco do governo está em diminuir o contágio e óbitos pela doença.
— Agora vamos enfrentar o que está aí e tentar de todas as formas diminuir a quantidade de gente contaminada e, obviamente, o número de óbitos que, pô, já ultrapassou o limite do bom senso — afirmou Mourão, em declaração obtida pelo jornal O Globo.
Segundo a agenda do vice-presidente, Mourão tinha reuniões no gabinete da vice-presidência do Planalto na manhã e na tarde desta quinta. Ao conversar com jornalistas, saudou a criação do comitê de crise, que tem a participação do presidente Jair Bolsonaro, dos presidentes do Legislativo e do Judiciário.
— Sinaliza um trabalho conjunto de todas as instituições que têm responsabilidade por debelar a pandemia — afirmou.
Na avaliação do vice-presidente, a coordenação do grupo de governadores, sob responsabilidade do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), "está bem colocada".
Segundo Mourão, a criação do comitê é uma de duas decisões estratégicas do governo federal tomadas nesta quarta-feira (24) para conter os efeitos da pandemia. A outra medida seria o aumento da inserção internacional do Brasil e do trabalho junto aos países que produzem insumos e vacinas a fim de acelerar a chegada dos produtos ao Brasil.
Apesar de pressões de setores políticos para que o chanceler Ernesto Araújo seja exonerado, Mourão reforçou que o ministro das Relações Exteriores tem a confiança do presidente.
— Ele está procurando fazer o trabalho dele nos contatos com a China e com a Índia, com os Estados Unidos nessa questão de vacina. Agora a questão é muito clara. Quem tem (vacinas) sentou em cima e está aplicando a "Lei de Mateus": primeiro os meus. É uma briga isso daí — afirmou.