O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu, nesta segunda-feira (15), a possibilidade de um nome político para ocupar o cargo de ministro da Saúde, uma vez que a vaga "sempre será um cargo político".
— A gente sabe que no Congresso tem alguns com experiência no Sistema Único de Saúde, o que é, na minha visão, um requisito importante — afirmou Mourão na chegada ao Palácio do Planalto.
— Tudo depende dos técnicos que a pessoa se cercar — argumentou.
O atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, vive sob pressão, tanto do Judiciário quanto do Legislativo, para que deixe o cargo em favor de um nome técnico para seguir a condução da crise causada pelo coronavírus. Neste domingo (14) , o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com a médica cardiologista Ludhmila Hajjar, nome defendido por setores do centrão para a substituição.
— Sei que Ludhmila tem competência como médica, não sei como gestora — disse Mourão.
Em São Paulo, a cardiologista acompanha a internação do presidente do partido de Mourão, Levy Fidelix, acometido pela covid-19. O vice-presidente reforçou que não tem participado da eventual escolha e disse desconhecer os critérios considerados por Bolsonaro.
Nesta manhã, o vice-presidente defendeu o nome de Pazuello:
— A realidade é que a gestão do Pazuello vem sendo muito criticada, muito contestada. Pazuello tem demonstrado resiliência que sei que tem de suportar o peso das críticas. Talvez outra pessoa não suportasse tudo o que ele vem suportando. Tenho muita confiança no Pazuello, o conheço há muito tempo. É muito difícil alguém, da noite para o dia, conseguir consertar tudo.
Mourão também atribuiu à população brasileira responsabilidade sobre o quadro que o Brasil enfrenta:
— A nossa população não gosta de respeitar regras, não é da natureza do nosso povo. O nosso povo é um povo mais libertário, gosta de circular pelas ruas e de fazer festa. Em um momento em que se tem que passar dois ou três meses sem usufruir desses prazeres da vida, são poucos os que aguentam.