Após a divulgação de que 11 regiões gaúchas estão classificadas, de forma preliminar, em bandeira preta no RS, o presidente da Federação das Associações de Municípios (Famurs), Maneco Hassen, afirmou que a suspensão do modelo de cogestão "parece ser medida necessária". No sistema, as prefeituras de cada região podem chegar a um acordo e adotar protocolos semelhantes os da classificação imediatamente anterior — os locais na cor preta, por exemplo, podem adotar medidas semelhantes as da bandeira vermelha.
A possibilidade da suspensão será avaliada entre a entidade e o governo do Estado em uma reunião prevista para as 10h de segunda-feira (22).
— Os números dos últimos dias são impressionantes, negativamente. A curva de crescimento de casos e internações é alarmante. E isto que não houve prazo para eventual repercussão das aglomerações do carnaval. Infelizmente, a suspensão da cogestão parece ser necessária. E, o principal, aumentar a busca pela aceleração do processo de vacinação — analisou Hassen.
No modelo de distanciamento controlado do Estado, a cor preta é a que indica o mais alto risco possível para o contágio pelo coronavírus. Outras 10 regiões foram classificadas em bandeira vermelha.
O presidente da entidade afirmou ainda que o período de suspensão da cogestão ainda deve ser analisado.
— Não temos como precisar (o período para que a suspensão cause efeito). Temos que ser regulados pelos números. E os números estão mostrando que precisamos agir, e rápido. E pressionar cada vez mais pela vacina.
Hassen disse também que acredita que os números da covid-19 no RS ainda devem piorar, em razão das aglomerações registradas durante o feriado de Carnaval:
— Infelizmente, essa é a previsão, porque os técnicos nos indicam que as aglomerações levam pelo menos 10 dias para influenciar nos resultados.
Suspensão de atividades à noite
Nesta sexta, em razão da piora nos números da doença no RS, o governo gaúcho anunciou medida mais restritivas para os próximos dias, como a suspensão de atividades gerais entre as 22h e 5h em todo o Estado. A medida deve valer de 20 de fevereiro até 1º de março. Um decreto a ser publicado no sábado (20) deve detalhar a regra. O governador Eduardo Leite afirmou que não se trata de um toque de recolher.
O mapa definitivo será divulgado na segunda-feira (22), e valerá a partir de terça (23) até a segunda seguinte (1º).
O cenário atual é de aceleração do contágio e das internações, como mostrou reportagem de GZH. Em uma semana, as hospitalizações cresceram 43% em leitos clínicos e 22% em unidades de terapia intensiva (UTIs), conforme dados disponíveis até as 13h desta sexta (19). Em decorrência da piora dos índices da pandemia de coronavírus em Porto Alegre e no Estado, alguns dos principais hospitais da Capital estão estudando ou implementando medidas restritivas para o atendimento a pacientes.