A Rússia anunciou, nesta segunda-feira (11), que estuda desenvolver uma versão "light" de sua vacina contra o covid-19, a Sputnik V, com o objetivo de oferecer uma solução temporária aos países mais afetados pela pandemia.
O Fundo Soberano Russo (RDIF), que financiou o desenvolvimento da Sputnik V, "está atualmente financiando testes clínicos da vacina Sputnik Light", disse seu presidente, Kirill Dmitriev, em um comunicado.
Enquanto que, com a vacina Sputnik V, prevê-se a administração de duas doses por paciente, a Sputnik Light requer uma única inoculação, explicou Dmitriev. A eficácia da versão "light" também é menor: pode alcançar 85% em alguns casos, e menos em outros, conforme declarações de Dmitriev em dezembro passado.
— (Esta vacina) Pode se tornar uma solução temporária eficaz para vários países que atingiram o pico da doença (...) e que tentam salvar o maior número de vidas possível — declarou ele nesta segunda-feira.
Para o mercado russo, no entanto, a Sputnik V em duas doses continuará sendo a principal vacina usada no âmbito de uma grande campanha de vacinação iniciada em dezembro pelas autoridades, de acordo com o RDIF.
Em agosto passado, a Rússia foi o primeiro país do mundo a autorizar uma vacina contra o coronavírus. O anúncio gerou muitas críticas internacionais, por ter sido considerado prematuro, antes dos testes de fase 3 e da publicação dos resultados científicos. Até o momento, apenas resultados das fases 1 e 2 da Sputnik V foram publicados em periódico científico. Sobre a última etapa do ensaio clínico, os russos se limitaram a dizer que o imunizante teve eficácia de 92%.
Cerca de 1,5 milhão de pessoas em todo mundo foram inoculadas com a Sputnik V até o momento, de acordo com o RDIF.
A Sputnik V foi autorizada pelas autoridades em países como Belarus, Argentina, Argélia, Bolívia e Sérvia, completou o RDIF. As autoridades palestinas também deram autorização para administrar esta vacina em sua população, anunciou o RDIF, celebrando a notícia em um comunicado à parte. As primeiras doses podem ser entregues dentro de um mês.
— Estamos felizes que a Sputnik V já esteja presente não apenas na Europa, África, Ásia e América Latina, mas também no Oriente Médio — destacou Dmitriev.
A Rússia enfrenta uma segunda onda do coronavírus, mas as autoridades se recusam, por enquanto, a instituir um novo confinamento em nível nacional.
A pandemia deixou pelo menos 1.934.693 mortos no mundo desde seu surgimento em dezembro de 2019 na China, conforme balanço da AFP desta segunda, com base em fontes oficiais.
Desde o início da atual crise sanitária, mais de 90.196.880 pessoas contraíram a covid-19. Destas, pelo menos 55.592.800 se recuperaram, segundo as autoridades.