Pouco menos de um mês após o anúncio do registro da vacina russa contra o coronavírus, um estudo publicado nesta sexta-feira (4) na revista científica The Lancet, uma das mais importantes do mundo, mostrou que as doses são seguras e induzem a produção de anticorpos. Esta é a primeira vez que a Rússia divulga os dados dos testes da Sputnik V.
Conforme o texto, foram testadas 76 pessoas em fase 1/2, de forma não randomizada. O objetivo era contar com voluntários tinham idades entre 18 e 60 anos.
Os resultados mostraram que a vacina é segura, bem tolerada e induziu uma forte resposta imune em 100% dos participantes. Os efeitos adversos relatados foram leves e incluíram dores no local da vacina, febre, dor de cabeça, entre outros. Nenhum evento adverso mais grave foi reportado, diz o texto.
Apesar dos resultados positivos, os autores destacam as limitações do estudo: pouco tempo de acompanhamento - 42 dias -, inclusão apenas de homens em algumas partes da fase 1, número pequeno de participantes e ausência do grupo controle, com uso de placebo.
Os pesquisadores também afirmam que, embora a ideia fosse incluir pessoas de 18 a 60 anos, a maioria dos recrutados era composta por jovens. Dessa forma, concluem, é preciso mais pesquisas para avaliar a vacina em diferentes populações, incluindo pessoas com mais idade e com outras doenças associadas.
Nove vacinas em fase 3
Assim como as doses russas, outras oito vacinas estão na última fase de testes. Aqui no Brasil, há testes com três: Pfizer, AstraZeneca com Universidade de Oxford e Sinovac Biotech. Também foram aprovados os testes da belga Janssen Pharmaceutical Companies.
Ao todo, há 176 candidatas em estudo. Dessas, 34 já estão realizando testes em fase clínica, ou seja, em humanos.