O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) aguarda informações do Ministério da Saúde sobre a segunda remessa de vacinas contra a covid-19 que deve vir ao Rio Grande do Sul. O primeiro lote chegou com 341 mil doses da CoronaVac, que já estão sendo aplicadas em cerca de 170 mil pessoas em todo o Estado. Nova Alvorada, o único município que ainda não havia retirado as ampolas com a vacina, buscou o imunizante na manhã desta sexta-feira (22). Agora, é aguardada uma segunda remessa.
A Secretaria Estadual da Saúde foi informada de que o Ministério da Saúde irá distribuir neste final de semana 6 milhões de doses de vacina, mas ainda não sabe quantas virão ao Rio Grande do Sul. Também ainda não há informações se as vacinas que vêm ao Estado serão todas do lote de 2 milhões de doses da FioCruz, que chegaram nesta tarde ao Brasil, ou se, em parte, já virão vacinas do lote de outras 4,8 milhões de doses da CoronaVac, do Instituto Butantan, cujo pedido de uso emergencial será avaliado também nesta sexta-feira pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
O governo federal divulgou oficialmente que, ainda na tarde deste sábado (23), começa a distribuição da vacina da Fiocruz para todos os Estados, que será feita pelo Ministério da Saúde, de acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.
De acordo com a diretora do CEVS, Cynthia Molina, o Centro aguarda também um parecer do Ministério da Saúde sobre como se dará a continuidade da primeira fase de vacinação.
— As 170 mil doses que estão sendo aplicadas já comportam 100% dos idosos em Institutos de Longa Permanência (asilos), indígenas e pessoas com deficiência institucionalizada. Essas já estão garantidas. Além disso, já estamos vacinando 34% dos profissionais de saúde, priorizando o pessoal que trabalha em UTIs e na linha de frente contra a covid. Agora, vamos aguardar o Ministério para saber exatamente quantas doses vêm, e se poderemos abrir para idosos acima de 75 anos, por exemplo. Por enquanto, apenas especulamos — afirma Cynthia Molina.
Ainda conforme a diretora do CEVS, a expectativa é de que chegue ao Estado nos próximos dias um número semelhante de vacinas da primeira remessa, ou seja, em torno de 340 mil doses. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomendou que, inicialmente, o regime de aplicação da vacina AstraZeneca/Oxford seja o de dose única. A informação foi dada na quinta-feira (21) pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, durante entrevista à GloboNews. Se o Ministério seguir essa recomendação, é possível que mais pessoas sejam imunizadas com esse lote que chega da Índia.
Cynthia Molina ainda afirma que os lotes serão cuidadosamente separados.
— A vacina é ligada a cada pessoa. Nós sabemos quem recebeu a dose de uma e a dose da outra — garante ela.
Depois que as doses da vacina da Fiocruz chegaram da Índia, elas foram embarcadas para o Rio de Janeiro, para a sede da Fiocruz, onde serão analisadas e rotuladas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta sexta autorizar de forma emergencial mais 4,8 milhões de doses da vacina CoronaVac. O pedido foi feito pelo Instituto Butantan na segunda-feira (18). É a segunda autorização da Anvisa para a CoronaVac, que, no domingo passado (17), liberou as primeiras 6 milhões de doses.
O governador do Estado, Eduardo Leite, confirmou que novas doses devem chegar ao Rio Grande do Sul neste final de semana.
Quem pode se vacinar até agora
Com o número bastante reduzido de doses disponíveis no Brasil neste primeiro momento da fase 1 do Plano Nacional de Imunização (6 milhões em todo o país, 340 mil no RS), a prioridade para receber as doses é dos profissionais da saúde que atuam no atendimento de pacientes com coronavírus, idosos que vivem em lares de longa permanência e indígenas. Ainda não há vacinação aberta em postos de saúde para demais pessoas previstas nos grupos prioritários.
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