A mais detalhada investigação, até agora, sobre os anticorpos produzidos em resposta à infecção de coronavírus comprovou que pessoas que contraíram covid-19, incluindo os casos mais graves, podem adoecer novamente.
O estudo, realizado por cientistas de diferentes instituições americanas sob a liderança de especialistas da Universidade Stanford, na Califórnia (EUA), acompanhou por cinco meses a evolução dos anticorpos contra o Sars-Cov-2 em 254 pessoas.
Segundo reportagem de O Globo, a pesquisa mostra que os anticorpos IgA e IgM (da resposta à infecção ativa, aguda) desaparecem durante o período de convalescença, não importando o grau da covid-19: de assintomáticos a pessoas que estiveram em UTI à beira da morte.
Os anticorpos IgG (memória protetora adquirida) também desaparecem, mesmo para quem os tinha em grande quantidade.
Publicada na Science Immunology, a pesquisa também apontou que os estudos de sorologia (anticorpos) não oferecem um retrato confiável da população que já foi exposta ao coronavírus. Se os anticorpos desaparecem, nem todos os infectados são detectáveis desta forma.
O estudo deverá servir de base para pesquisas semelhantes sobre reinfecção e para a potência mínima das vacinas que forem aprovadas contra o coronavírus.