Em reunião com os governadores na manhã desta terça-feira (8), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prometeu começar a vacinação contra o coronavírus no país no fim de fevereiro, com os imunizantes desenvolvidos pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. O governo federal já garantiu 100 milhões de doses dessa vacina e, segundo o ministro, as primeiras 15 milhões chegarão ao Brasil em janeiro.
Outra previsão dada por Pazuello durante o encontro com governadores foi de que as primeiras 8,5 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Pfizer (o governo manifestou interesse na compra de 70 milhões) devem chegar ao país no primeiro semestre.
Durante o encontro, os chefes estaduais cobraram, principalmente, que o governo federal não aposte todas as fichas em uma só vacina — como fez até agora com as doses da AstraZeneca — e que sejam garantidos imunizantes de outros laboratórios. Um calendário de vacinação também foi cobrado. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, sugeriu que o ministério faça um cronograma para logística e distribuição aos Estados e também cobrou liderança nacional no assunto.
— É muito importante fortalecer essa comunicação e centralizar no Ministério da Saúde — ressaltou Leite.
Pazuello respondeu que a pasta vai atender ao pedido:
— Vamos bombar na comunicação!
Sobre a CoronaVac, vacina chinesa que é a aposta do governo de São Paulo, Leite sugeriu que a pasta elabore um memorando de intenção para deixar mais claro o interesse do governo brasileiro na aquisição da fórmula, assim como foi feito com a Pfizer e AstraZeneca. Pazuello se limitou a dizer que vai encaminhar a sugestão.
O ministro da Saúde também reforçou o compromisso na aquisição de vacinas contra a covid-19 e disse que o Brasil é "um só" quando se fala no Plano Nacional de Imunizações (PNI) e pediu união:
— O PNI é nacional. Não pode ser paralelo. A gente tem que falar a mesma linguagem. Nós só temos um inimigo: o vírus. Temos que nos unir.
Ele garantiu que já elaborou a logística de distribuição nacional das vacinas, que será apresentada em breve. O ministro pediu que todos os Estados sigam todos os passos para imunização da população, sem abrir mão da eficácia, segurança e responsabilidade.
— Todas as vacinas que tiverem sua eficácia e registros da maneira correta na Anvisa, se houver necessidade, vão ser adquiridas. O presidente Jair Bolsonaro já deixou isso de forma clara — disse. — A Anvisa vai precisar de um tempo cumprindo essa missão. O registro gira em torno de 60 dias. Se tudo estiver redondo, teremos o registro efetivo da AstraZeneca no final de fevereiro, dando início à vacinação — explicou o ministro.
Nesta segunda-feira (7), após o governo de São Paulo anunciar que começaria a vacinação a partir do dia 25 de janeiro, o Ministério da Saúde divulgou que avançou nas negociações com a Pfizer para a compra de 70 milhões de doses da vacina desenvolvida pelo laboratório norte-americano em parceria com a alemã Biontech. Esse avanço já atende, em parte, as demandas dos governadores, já que está investindo em outros imunizantes além do desenvolvido pela AstraZeneca.
O Reino Unido começou nesta terça-feira a vacinação da população usando a vacina da Pfizer.
A Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca publicaram, nesta terça-feira, os resultados preliminares de testes de fase 3 da vacina contra covid-19 na revista científica The Lancet. Os dados, que são preliminares (porque os testes ainda não acabaram), já haviam sido divulgados em novembro: a vacina mostrou eficácia média de 70,4%, com até 90% de eficácia no grupo que tomou a dose menor.
Nenhuma vacina foi aprovada pela Anvisa por enquanto. Para que ela seja avaliada e, posteriormente, avalizada de modo emergencial, os estudos da fase final devem ser encaminhados para a agência. Nem Pfizer, nem AstraZeneca, nem Sinovac entregaram esses dados até agora. Apesar disso, os três laboratórios já entregaram à Anvisa os dados das fases inicias dos estudos para adiantar a avaliação por parte dos técnicos do governo.