Minha mãe não gostou nem um pouco da história que vou contar a vocês, ao menos em um primeiro momento. Quando eu soube que os testes de vacinas que podem frear os efeitos da pandemia seriam feitos em Porto Alegre, decidi que gostaria de fazer parte. Acho importante ser voluntária em algo que pode ajudar a buscar as soluções que o mundo espera. Fiz a inscrição na de Oxford e na da Sinovac. Dias depois recebi um formulário de perguntas da primeira e outro contato via whats, marcando a consulta presencial.
Era a minha primeira tarde de férias, um dia chuvoso do fim de outubro na capital gaúcha. Ótimo pra ir ao Hospital de Clínicas e descobrir o que me esperava. No prédio novo, isolado dos demais setores, havia um espaço destinado aos voluntários. Fomos os primeiros a chegar naquele horário – no plural, porque meu marido e colega de trabalho e empresa, Diori Vasconcelos, também é voluntário.
Em todas as salas que entrei havia marcas no chão para delimitar os espaços e manter o distanciamento necessário, além de médicos e enfermeiros simpáticos e atenciosos. Na primeira parada recebi as 20 páginas do termo de consentimento. Li com atenção e nervosismo. Enquanto eu passava item por item meu marido fazia perguntas ao médico. Já estávamos no passo dois de um total de sete até a liberação, que ocorreria duas horas depois da chegada. Só ali entendi que receberia uma aplicação naquele dia mesmo.
Até aquele momento, achava que seria uma triagem. Depois de mais perguntas me senti segura e aceitei. Não estar esperando bebê é pré-requisito para participar. Passei por exame de sangue e de gravidez: negativo. Até que fui parar em uma sala de uns cinco metros por cinco metros. Lá estava a injeção. Não sei se continha a vacina de Oxford ou o placebo, mas fiquei feliz ao receber no meu braço esquerdo aquela dose de algo que pode ser a esperança de dias melhores.
Depois disso, fiquei 15 minutos em observação e recebi analgésico para febre ou dores no corpo, que estão entre os sintomas possíveis após a aplicação. Senti o braço pesado por dois ou três dias e nada mais. Agora espero a aplicação da segunda dose, em cerca de um mês, e contarei para vocês como será em textos publicados aqui em GZH sempre que tiver novidades.
Você pode estar perguntando se eu tive medo. Tive, claro! Assim como a minha mãe, que só demonstrava o amor à filha e receio por eu virar “cobaia”. Mas as mães sabem, mais do que ninguém, que podem confiar na fé, na coragem e na ciência.
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