O Ministério da Saúde assinou um protocolo de intenções para compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, a vacina chinesa contra a covid-19, cujos estudos são desenvolvidos no Brasil pela empresa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. O anúncio foi feito nesta terça-feira (20) pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em reunião com os 27 governadores.
Agora, somando as três vacinas que o governo federal pretende adquirir (AstraZeneca, Covax e Butantan-Sinovac), haveria 186 milhões de doses para vacinação da população ainda no primeiro semestre de 2021. Segundo Pazuello, as doses serão distribuídas a todo o Brasil por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
— Temos a expertise de todos os processos que envolvem esta logística, conquistada ao longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os Estados. Nossa estratégia prioriza a transferência de tecnologia, o que nos permitirá produzir as vacinas no Brasil — garantiu.
A Sinovac e a AstraZeneca estão em etapas avançadas de produção das imunizações, sendo testadas em milhares de voluntários. A previsão é de que a vacinação da população comece já em janeiro de 2021. Antes disso, deverão ser liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após terem a eficácia e a segurança analisadas. Primeiramente, profissionais de saúde e grupos de risco receberão as vacinas.
O Instituto Butantan divulgou na segunda-feira (19), durante coletiva de imprensa realizada pelo governo do Estado de São Paulo, que apenas 35% dos voluntários dos testes da vacina chinesa contra o coronavírus tiveram reações adversas após a aplicação, e foram efeitos leves, como dor no local da aplicação ou de cabeça. Não houve qualquer registro de efeito colateral grave durante a testagem.
A pesquisa engloba, ao todo, 13 mil voluntários, incluindo profissionais da saúde selecionados pelo Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS). O Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE UFPel), por meio do seu Centro de Pesquisas Clínicas, também foi incluído como centro de testagem do estudo clínico randomizado da vacina. A UFPel reforçou, nesta terça-feira, o chamado para que voluntários da área da saúde da região se apresentem para os testes.
Obrigatoriedade
Polêmica dos últimos dias, a obrigatoriedade da vacinação contra covid-19 não será recomendada pelo ministério aos gestores locais. O governador de São Paulo, João Doria, afirmou recentemente que a vacinação contra a covid-19 no seu Estado será obrigatória. Em em resposta, o presidente Jair Bolsonaro disse que a imunização não será obrigatória.
Quanto à compra da vacina chinesa, deverá ser editada uma medida provisória para disponibilizar crédito orçamentário de R$ 1,9 bilhão. Também serão investidos R$ 80 milhões para a ampliação da estrutura do Butantan para aumentar a produção da vacina. O ministério anunciou ainda que tem acompanhado mais de 200 estudos de vacinas contra o coronavírus e não descarta novas aquisições. A CoronaVac prevê a administração de duas doses por pessoa.