As doses de uma vacina experimental chinesa contra o coronavírus deverão chegar na manhã de segunda-feira (3) ao Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS), em Porto Alegre, para dar início à fase de testes do produto em solo gaúcho.
A data de início das aplicações da chamada CoronaVac ainda não está confirmada, mas é prevista para o final da semana ou começo da semana seguinte. Vão participar 850 voluntários selecionados em um universo superior a 5 mil candidatos, entre os quais metade vai receber a vacina de fato, e o restante será inoculado com um placebo - substância sem efeito destinada a permitir comparações entre os dois grupos e determinar a eficácia da imunização.
Conforme a assessoria de Comunicação do Hospital São Lucas, as doses já virão em seringas prontas para aplicação. Os voluntários serão divididos em grupos para receber as injeções ao longo dos dias seguintes. Depois disso, serão monitorados pela instituição a fim de documentar os resultados. Todos os participantes são profissionais de saúde com mais de 18 anos que atuam no combate à pandemia, mas não tiveram a doença.
Em todo o país, 12 instituições participam da aplicação experimental da CoronaVac — considerada uma das substâncias mais promissoras contra a pandemia — mediante um acordo realizado entre a farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantan, de São Paulo, responsável para distribuição do material no Brasil. Em outros Estados, como São Paulo e Minas Gerais, os ensaios clínicos já estão em andamento.
Não poderão participar do estudo mulheres gestantes, que estejam amamentando ou tenham manifestado desejo de engravidar nos próximos três meses. Também são excluídas pessoas com doenças crônicas sem o devido controle ou com comprometimento do sistema imunológico.
Em todo o mundo, há mais de 160 estudos de vacinas em andamento. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 25 estão em estágio mais avançado de pesquisa que incluem testes em humanos.