Diferentemente dos primeiros meses de pandemia, quando os gaúchos se orgulhavam dos bons resultados, não há mais tantos motivos para comemorar. O índice de isolamento social do Rio Grande do Sul, que chegou a ser um dos melhores do país, fechou em 41,4% na última semana, no período entre os dias 19 e 25 de julho.
No monitoramento anterior, o percentual estava em 42,7% - o índice recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e meta do governo gaúcho é de 50%. Com isso, o Estado caiu para o décimo lugar no país. Entre 5 e 11 de julho, o RS ocupava o primeiro lugar no ranking de distanciamento.
Em primeiro lugar está o Acre, seguido do Piauí, Rondônia, Amapá e Ceará. O estudo desenvolvido pelo Comitê de Dados para o enfrentamento da covid-19 foi apresentado aos integrantes do Gabinete de Crise nesta segunda-feira (27).
Na média da semana, nenhuma região do Rio Grande do Sul alcançou a meta de 50%. A pior região é a de Lajeado, que registrou índice de 36,9%. Em seguida, estão as áreas de Santa Rosa (37,4%), Ijuí (37,6%) e Caxias do Sul (37,8%).
Na outra ponta, a região de Pelotas aparece com o melhor resultado do Estado, com uma média de 44,1%. A área de Porto Alegre vem em segundo lugar, com 42,8%, seguida de Capão da Canoa (41,8%) e Uruguaiana (41,5%).
Dias de calor
O governo gaúcho acredita que os dias de sol e calor registrados na semana passada possam ter influenciado no relaxamento das medidas por parte da população. Em alguns dias, o Estado ficou com índice abaixo da média do país, que foi de 40,3%. Nos dias mais frios e chuvosos, em geral, a taxa de isolamento tende a subir.
O monitoramento é feito pela empresa Inloco, que usa dados de localização de celulares por meio de aplicativos parceiros. A empresa coleta informações de cerca de 1,5 milhão de dispositivos no Estado, e 60 milhões em todo o país.
O espaço é dividido em polígonos com raio de 450 metros. O monitoramento verifica se os aparelhos que estavam no polígono durante a noite permanecem neste local durante o dia. Não é levado em conta se a pessoa se desloca a pé, de bicicleta ou por outro meio de transporte, nem se a pessoa está ou não usando máscara.
A maior parte das cidades gaúchas é considerada no levantamento, mas municípios muito pequenos não entram na estatística, porque possuem dados insuficientes.