Após análise de recursos, divulgada nesta segunda-feira (27), oito regiões do Estado permanecem na bandeira vermelha. Com isso, pela primeira vez, o mapa do distanciamento controlado segue igual ao da semana anterior.
Os municípios de Capão da Canoa, Taquara, Novo Hamburgo, Canoas, Porto Alegre, Palmeira das Missões, Passo Fundo e Caxias do Sul seguem classificados como de alto risco. Enquanto as demais regiões do RS estão na cor laranja, de risco médio.
As regiões de Pelotas, Santa Rosa, Santa Cruz do Sul, Cruz Alta, Bagé e Santo Ângelo, que foram classificadas preliminarmente na cor vermelha, retornaram à laranja no mapa definitivo. O resultado foi divulgado pelo governador Eduardo Leite durante transmissão em vídeo.
As localidades de alto risco são presentadas por 252 municípios, com 7,2 milhões de habitantes (63,3% do RS). Em razão de não terem registrado óbitos e hospitalizações por coronavírus nos últimos 14 dias, 119 municípios dessas regiões poderão adotar protocolos de bandeira laranja. Essas cidades possuem 569 mil habitantes.
Leitos de UTI
O governador Eduardo Leite trouxe o balanço sobre a ocupação dos leitos de UTI. Dos 1.831 preenchidos, 677 são por pacientes com a covid-19. A taxa geral de ocupação está em cerca de 78%.
— Foram abertos em julho quase duzentos leitos de UTI, o que tem ajudado a manter essa taxa abaixo dos 80% — disse o governador.
Projeção otimista
Leite voltou a descartar lockdown, mesmo em localidades com piores cenários, com a região metropolitana de Porto Alegre, por exemplo. E manifestou projeção otimista.
— Nas últimas semanas, estamos vendo a diminuição da velocidade do aumento de casos. Nos últimos dias, até uma certa estabilização em regiões da Região Metropolitana, inclusive com dados positivos em Porto Alegre, que me geram expectativa de que nós possamos evitar medidas ainda mais restritivas — disse Leite, ao pedir que as pessoas, mesmo assim, sigam tomando o maior cuidado possível para evitar a contaminação.
Distanciamento questionado
Leite falou sobre as contestações de uma proposta híbrida ao modelo do distanciamento controlado, em que prefeituras teriam mais autonomia. Ele explicou que a sugestão é o Estado divulgar o mapa com as atuais regras, identificando as bandeiras de cada região e os protocolos a serem adotados para, depois, os municípios tomarem decisões, mas com limites.
— A não ser que a região reunida tome a decisão por outro tipo de protocolo, que não poderá ser menos restritivo do que o da bandeira inferior. Ou seja, uma região que estiver em bandeira vermelha, pode até não usar os protocolos da bandeira vermelha, mas não poderá ficar somente nos protocolos da bandeira laranja. Terá de ter um protocolo mais restritivo do que o da bandeira laranja.
Segundo Leite, essa é uma forma de trazer os prefeitos para a gestão compartilhada do distanciamento controlado.
Sobre a ação movida por parlamentares gaúchos contra o atual modelo, classificou a iniciativa como legítima, mas ponderou:
— Eu reconheço que o poder de polícia administrativa, ou seja, da fiscalização, é dos municípios. É fundamental que tenhamos os municípios como parceiros. Decisão do Supremo Tribunal Federal define: os Estados têm competência para estabelecer regras, e os municípios podem até estabelecer regras restritivas, mas não menos restritivas.
Estado de saúde
O governador também falou sobre seu estado de saúde, já que foi diagnosticado com coronavírus. Disse que no final de semana teve dor de cabeça e cansaço, mas que está bem. Também que tem tomado “analgésicos comuns”.
— Não se altera muito a minha rotina, já que eu já moro no trabalho, morando no Palácio Piratini. Só que agora com mais restrições, sem assessoria — afirmou.