Anunciada entre o fim da tarde e o início da noite desta sexta-feira (26), a atualização do mapa de distanciamento social do Rio Grande do Sul causou repercussão entre as prefeituras que tiveram a manutenção ou a intensificação das medidas restritivas. O número de regiões sob bandeira vermelha pulou de quatro para nove em comparação com a semana anterior. A decisão ainda não é definitiva, pois os chefes dos Executivos municipais podem recorrer.
A reportagem de GaúchaZH consultou alguns municípios de regiões incluídas ou mantidas na bandeira vermelha e constatou reações mistas sobre a atualização. Confira as respostas:
Porto Alegre
Mantida na bandeira vermelha, a prefeitura de Porto Alegre, por meio de nota, informou que tem tomado decisões sobre restrições à circulação de pessoas e atividades econômicas “com base na demanda por leitos de UTI”.
“No momento, as projeções de crescimento vêm se concretizando, o que obriga o governo a manter as regras anunciadas e ampliadas durante este mês. Se considerarmos apenas a ocupação dos leitos de Porto Alegre por pessoas de fora da cidade, a cautela do Estado em relação à Região Metropolitana já é absolutamente justificável’, diz o comunicado.
Capão da Canoa
O prefeito de Capão da Canoa, Amauri Magnus Germano, afirmou, por meio de nota, que a manutenção da bandeira vermelha já era esperada em razão do “aumento constante dos casos em toda a região”.
“Os prefeitos do Litoral Norte seguem trabalhando em conjunto e em parceria com o governo estadual, a fim de buscar o aumento dos leitos de UTI. O momento é de precaução, e todas as medidas sanitárias devem ser seguidas plenamente para buscarmos a normalização dos serviços econômicos do município”, aponta trecho do comunicado.
Erechim
O prefeito de Erechim, Luiz Francisco Schmidt, afirmou não entender o motivo de a região ir para a bandeira vermelha e reforçou que irá recorrer da decisão. Segundo ele, não há velocidade de contágio nem grande número de casos ou de internações.
— Não entendemos essa mudança. Estamos com 30% dos leitos covid-19 ocupados e, dos leitos comuns, não chega a 40% — relatou o prefeito.
Caxias do Sul
O prefeito de Caxias do Sul, Flávio Cassina, ressaltou que houve uma nova análise dos dados e que eles não são os mesmos apresentados pelo governo do Estado. Segundo Cassina, um recálculo será feito em toda a região para encaminhar o recurso.
— Fizemos uma análise e os números não bateram. Vamos recorrer e, enquanto não sair a decisão, vamos manter as regras da bandeira laranja — destacou.
Em Vacaria, inclusa na região de Caxias, o prefeito Amadeu Boeira afirmou que vai recorrer da decisão, pois entende que o município não teve mudanças consideráveis no quadro da doença em relação à semana anterior. Boeira também destacou que vai citar no pedido de revisão o acerto com hospital local para abertura de mais quatro leitos de UTI na cidade.
— Vamos tentar por aí argumentar para que ele (governador) reavalie essa situação, porque é muito difícil. Ele está prejudicando os municípios dos Campos de Cima da Serra, e muito, com isso aí — reclamou Boeira.
Palmeira das Missões
Em Palmeira das Missões, o prefeito Eduardo Freire, que também é o atual presidente da Famurs, afirmou que individualmente não irá recorrer da decisão. No entanto, irá encaminhar os dados do município se as outras prefeituras que compõem a região decidirem por uma nova análise dos dados.
— Na semana passada, os municípios decidiram recorrer e conseguimos voltar para a bandeira laranja, mas já estávamos no limite. Nessa semana, observamos um crescimento dos casos em várias cidades da região, então, já era algo esperado — argumentou.
Na rodada anterior, a região conseguiu retornar à bandeira laranja após ingressar com recurso, acatado pelo governo.
Passo Fundo
O prefeito Luciano Azevedo afirmou que os municípios que compõem a região estão avaliando a situação e que uma reunião irá ocorrer neste sábado (27) para definir as ações que serão tomadas. No entanto, ele destacou que irá apoiar um pedido de reanálise dos dados.
Novo Hamburgo
A prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, informou que não deverá recorrer da medida. O Executivo municipal ficou de dar mais informações sobre a inclusão na bandeira vermelha em uma transmissão ao vivo programada para esta sexta-feira.
Canoas
Por meio de nota, o prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato, afirmou que a medida é "reflexo da gravidade que se observa nesse momento no Rio Grande do Sul". O prefeito destacou que vai acatar o posicionamento do governo, que manteve a região do município sob as regras mais rígidas
"Os números refletem a piora em uma série de indicadores em todo o estado. Diante do quadro, nos resta acatar as orientações do Governo do Estado, pois a preservação das vidas é a nossa principal prioridade. O comércio, o emprego e a renda também são importantes. Estamos preocupados com as vidas e com a economia. Faremos de tudo para preservar ambas", diz trecho do comunicado.
A prefeitura de Santo Ângelo não retornou até as 21h desta sexta-feira.
*Colaborou Anderson Aires