Saúde

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Como o distanciamento social ajuda a frear a disseminação do coronavírus

Política preventiva de isolamento inibe o contato entre as pessoas e implica na paralisação de eventos com aglomeração de público

Iarema Soares

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FREDERIC J. BROWN / AFP
Medida é essencial para evitar aglomerações e o risco maior de contágio

Com o aumento do número de casos confirmados de coronavírus no Brasil — até o momento, foram contabilizadas cerca de 300 pessoas com a doença e foi confirmada a primeira morte pelo vírus no país —, governos, profissionais e organizações ligadas à saúde têm defendido e propagado medidas que podem vir a colaborar com o chamado "achatamento" da curva de crescimento de casos da nova pandemia. Uma expressão presente em todos os discursos é o distanciamento social.

Esta prática diz respeito a algumas atitudes que foram decretadas aqui no Rio Grande do Sul, como a suspensão de missas, de procissões e do início da catequese em Porto Alegre, a interrupção de visitas nos presídios, o cancelamento das aulas em 23 universidades e o cancelamento das aulas em escolas estaduais, entre outros exemplos. As medidas têm o intuito de evitar a aglomeração de muitas pessoas em um mesmo ambiente, explica Alexandre Schwarzbold, presidente da Sociedade Rio-Grandense de Infectologia (SRGI).

— O conceito de distanciamento ou isolamento social surgiu com a gripe espanhola, em 1918, que foi uma grande epidemia de caráter pandêmico. É uma tática para afastar as pessoas umas das outras e evitar o convívio social de aglomeração. Essa é uma política de prevenção, que orienta as pes­soas em relação aos cuidados com a saúde coletiva — diz Schwarzbold.

Ele ressalta também que o distanciamento difere da quarentena:

— Neste caso, é um decreto do governo, com caráter obrigatório. A quarentena implica na construção de um sistema de segurança para seu devido cumprimento e leva, até mesmo, à punição daqueles que não a obedecerem.

O presidente da SRGI pontua que a primeira estratégia contra o coronavírus é testar as pessoas para poder identificar quem está infectado. A segunda diz respeito ao distanciamento social, porque é ele que vai interromper a cadeia de transmissão da pandemia — afinal, a doença é transmitida de pessoa para pessoa por meio do contato com secreções, gotículas de saliva e objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

— Evitar o contato físico, como abraços, aperto de mão e beijos, e também aglomerações são atitudes simples, mas cruciais para a saúde pública, porque conseguiremos achatar a curva epidêmica. Isso fará com que o número de casos da doença seja menor, e o sistema de saúde não ficará sobrecarregado. Os países que deram a orientação para o distanciamento social achataram essa curva. No final, essa medida implicou em menor impacto econômico e menor exigência de recursos humanos nos hospitais — completa Schwarzbold.

Veja como colocar em prática o distanciamento social

  • Evite ir a repartições públicas, bancos ou cartórios
  • A população jovem deve deixar de lado a ida a bares, festas e shows, porque este grupo é o vetor da doença para os mais velhos
  • Idosos precisam ter cuidado redobrado. O conselho é sair de casa somente em caso de necessidade e evitar contato próximo com terceiros
  • Idosos e crianças dentro de um mesmo ambiente devem obedecer a política de distanciamento de 1,5 metro, evitar contato e não devem compartilhar copos e talheres
  • Se possível, cancele viagens
  • Quem puder, opte pelo home office. As empresas podem também escolher pela alternância de horários dos funcionários
  • Consultas eletivas a médicos devem ser postergadas
  • Proteger a boca e o nariz, com um lenço descartável ou com a parte interna do cotovelo, ao espirrar ou tossir
  • Lavar as mãos com água e sabão ou com álcool gel
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