Um deputado de Qom, cidade onde foram registrados os primeiros casos de coronavírus no Irã, acusou nesta segunda-feira (24) o governo de "não falar a verdade" sobre o alcance da epidemia no país, de acordo com a agência semioficial Isna. Ahmad Amirabadi Farahani, deputado ultraconservador, fez as declarações à imprensa após uma sessão parlamentar a portas fechadas sobre o vírus.
A agência de notícias Ilna informou que Amirabadi Faramani citou "50 mortos" apenas em Qom (150 quilômetros ao sul de Teerã). Até o momento, o balanço oficial é de 12 mortos em todo o país.
— Os outros meios não publicaram este número, mas nós preferimos não censurar o que diz respeito ao coronavírus já que a vida da população está em perigo — declarou Fatemeh Madiani, chefe de redação da agência Ilna.
— Nego categoricamente esta informação — declarou o vice-ministro da Saúde, Iraj Harirshi.
A confiança da população iraniana no governo sofreu um grave abalo em janeiro, após a derrubada de um avião ucraniano nas proximidades de Teerã.
As Forças Armadas reconheceram sua responsabilidade na tragédia três após o fato e depois que as autoridades desmentiram a tese de um disparo de míssil, que havia sido antecipada pelo Canadá.