O Irã anunciou na madrugada deste sábado (11), em um comunicado na TV estatal, que militares derrubaram "sem intenção" o avião ucraniano que caiu na quarta-feira (8) perto de Teerã. A queda da aeronave matou as 176 pessoas que estavam a bordo. O comunicado informou que o avião voava perto de um local sensível e foi derrubado devido a um "erro humano".
O Boeing 737, da companhia Ukraine International Airlines, estava saindo da capital iraniana com destino a Kiev, capital da Ucrânia, quando foi derrubado cinco minutos após a decolagem. De acordo com a agência de notícias Irna, o Boeing foi identificado como um "avião hostil" e "atingido" no momento em que a ameaça inimiga se encontrava "no mais alto nível".
O acidente ocorreu logo após o Irã lançar mísseis em bases militares que abrigavam forças norte-americanas no Iraque. É provável que o sistema antiaéreo do Irã estivesse ativo após o ataque, que ocorreu em resposta ao assassinato do general iraniano Qassem Soleimani.
Entre as vítimas, havia 82 iranianos, 63 canadenses e 11 ucranianos. Os Estados Unidos, Canadá e Reino Unido defendiam a tese de que um míssil havia abatido o Boeing — hipótese confirmada pelos militares iranianos neste sábado. O comunicado dos militares informa ainda que as partes envolvidas com o acidente serão responsabilizadas.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, declarou que "lamenta profundamente" o incidente, que chamou de "grande tragédia" e "erro imperdoável".
— A investigação interna das Forças Armadas concluiu que, lamentavelmente, mísseis lançados por um erro humano causaram o horrível impacto no avião e a morte de 176 inocentes — afirmou Rohani.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, escreveu no Twitter: "Um dia triste. Conclusões preliminares da investigação interna das forças armadas: erro humano no momento da crise causado pelo aventureirismo americano levou ao desastre. Nosso profundo pesar, desculpas e condolências ao nosso povo, às famílias de todas as vítimas e a outras nações afetadas".