O Rio Grande do Sul segue com dois casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus. Um dos casos, contudo, mudou: enquanto na quinta-feira (30) havia suspeita de contaminação em uma mulher de 27 anos, moradora de Gravataí, nesta sexta-feira (31) esse caso foi descartado e uma nova suspeição envolve uma mulher de 60 anos, residente de Canoas.
O outro paciente com possibilidade de coronavírus é um homem de 54 anos, que mora em Hong Kong e buscou atendimento durante visita a Novo Hamburgo. Este caso já havia sido informado na quinta e segue suspeito.
A atualização dos dados foi divulgada pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), logo após o encerramento da coletiva de imprensa do Ministério da Saúde, que atualizou os dados nacionais. A paciente de Canoas esteve recentemente em Hong Kong e em Macau, ambos países com casos confirmados. O caso da moradora de Gravataí foi descartado porque ela teve apenas contato com chineses no Rio Grande do Sul, mas esses não apresentaram sintomas da infecção.
Segundo a SES, ambos os pacientes com suspeita de coronavírus estão sem sinal de gravidade nos sintomas e encontram-se em isolamento domiciliar.
Outros três casos foram descartados no Estado, com diagnóstico para gripe do tipo influenza, em residentes de Dois irmãos, São Leopoldo e Montenegro. Também houve outras três notificações excluídas, em residentes de Pelotas, São Leopoldo e Dois Irmãos, que não se enquadraram nos critérios de suspeitos.
É considerado um caso suspeito aquele que envolve pessoas que tenham tido viagem para a China nos últimos 14 dias e que venham a apresentar febre acompanhada de algum sintoma respiratório (tosse ou dificuldade para respirar), ou pessoas que tenham tido contato com um caso suspeito e também tenham apresentado esse quadro clínico. No Brasil, há 12 casos suspeitos.
Esclareça suas dúvidas sobre o coronavírus
O que é?
O coronavírus é uma família de vírus que causa síndromes respiratórias, como resfriado e pneumonia. Versões mais graves do coronavírus causam doenças piores, como a temida Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, sigla em inglês), responsável pela morte de mais de 600 pessoas na China e em Hong Kong entre 2002 e 2003. A versão de vírus que circula agora é uma espécie nova, desconhecida da comunidade médica, e o medo é de uma pandemia global.
Quais os sintomas?
Dentre os possíveis sintomas estão febre, dor, dificuldade para respirar, tosse, diarreia e pneumonia.
Onde surgiu?
Na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China. A metrópole de 11 milhões de habitantes está isolada. Trens e voos foram interrompidos e detectores de febre foram instalados nas estações de embarque e no aeroporto. Nas estradas, a temperatura corporal é medida pelos postos de controle e, para sair da cidade, o transporte não pode ser feito de carro. Para evitar qualquer concentração de pessoas, as autoridades anularam as comemorações do Ano-Novo Lunar chinês na cidade. As autoridades também proibiram qualquer espetáculo e fecharam um museu.
Como surgiu?
O Centro para Vigilância e Prevenção de Doenças (CDC), equivalente dos Estados Unidos à Anvisa, identifica um grande mercado atacadista de peixes e frutos do mar na cidade de Wuhan como a origem das infecções.
Como ele é transmitido?
De animal para pessoa e de pessoa para pessoa. Segundo o governo chinês, o vírus pode se modificar e ser transmitido mais facilmente. Conforme o CDC, pessoas mais velhas parecem ter maior risco.
Como é o tratamento?
Não há tratamento contra o coronavírus em si, apenas contra os sintomas. Pacientes tomam remédio para baixar a febre e podem receber máscara de oxigênio para respirar melhor, por exemplo.
Quais os cuidados?
Lavar as mãos (sobretudo quem passar por aeroportos), evitar contato dos dedos com mucosas do nariz, olhos e boca. É recomendável usar álcool em gel.
A vacina contra a gripe protege?
Não. Segundo Alexandre Zavascki, chefe da Infectologia do Hospital Moinhos de Vento e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o vírus da gripe não é o coronavírus, e sim o influenza. Portanto, a vacina regular tomada antes do inverno não protege.
Por que o nome coronavírus?
O nome vem do latim corona, que significa coroa. Visto de um microscópio, o coronavírus parece uma coroa ou auréola.