O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (29) que há nove casos suspeitos de coronavírus no Brasil atualmente: um no Rio de Janeiro, um em Minas Gerais, dois em Santa Catarina, três em São Paulo, um no Paraná e um no Ceará. Não há até agora nenhum caso confirmado da doença no país.
Até esta terça-feira (28), eram três casos suspeitos, localizados no Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais. O paciente que estava sendo monitorado em São Leopoldo foi descartado da lista: ele está com gripe H1N1. A Secretaria de Saúde do Paraná também rejeitou a possibilidade do paciente internado em Curitiba estar com o vírus que causou epidemia na China.
Os exames para identificar a presença do coronavírus têm várias etapas. Assim que o caso for indicado pelo estabelecimento de saúde, os laboratórios centrais dos Estados (Lacens) fazem análise sobre que vírus acomete o paciente. Se for identificado outro vírus, como o H1N1, por exemplo, a amostra segue para a Fiocruz, mas o exame não é refeito.
Se o Lacen não conseguir identificar que vírus o paciente porta (o vírus é novo e não consta no banco de dados), a amostra é encaminhada para a Fiocruz para confirmar existência de coronavírus. Essa é a fase de análise do metagenoma.
Só quem está nessa etapa de investigação é o caso de Minas Gerais. A expectativa é de que o diagnóstico definitivo a ser divulgado pela Fiocruz saia na sexta-feira (31).
Ao todo, desde a semana passada, o Ministério da Saúde recebeu dos Estados 33 notificações — dessas, quatro foram descartadas e 20 excluídas. O Rio Grande do Sul já notificou cinco casos (três descartados e dois excluídos).
Casos suspeitos, descartados e excluídos
De acordo com o Ministério da Saúde, são considerados casos suspeitos pacientes com febre e sinal ou sintoma respiratórios, o que inclui tosse e dificuldade para respirar. Além disso, só estão enquadrados nesse grupo pessoas que estiveram na China nos últimos 14 dias ou que permaneceram em contato com pessoas portadoras do vírus.
Um caso é descartado quando o paciente se enquadrou na definição de suspeito, mas cujos exames tiveram resultado negativo para coronavírus. A pasta informa ainda que uma notificação é excluída quando o paciente não teve características que definiriam o caso como suspeito e os exames deram negativo.
Depois de o Laboratório Central do Estado (Lacen) ter descartado presença de coronavírus em paciente localizado em São Leopoldo, o Ministério da Saúde retirou de sua lista de suspeições esse caso. Para descartá-lo completamente, será preciso a confirmação do diagnóstico após exame realizado na Fiocruz, no Rio de Janeiro. Amostra de secreção dessa pessoa, que esteve na China nos últimos dias e apresentou sintomas, já foi encaminhado para o laboratório fluminense, mas ainda não há uma resposta definitiva.
Conforme o protocolo, a notificação dos Estados tem de chegar ao Ministério da Saúde em 24 horas após a identificação do caso. Como não há informações precisas sobre as características do novo vírus, o governo pede que, assim que for confirmado o coronavírus, as autoridades estaduais preencham formulários da Organização Mundial da Saúde (OMS). A ideia é recolher informações e detalhes sobre a transmissão e letalidade.
Após a identificação do caso suspeito, o hospital ou o estabelecimento de saúde deve encaminhar amostras para os laboratórios mantidos pelos governos estaduais. Depois de feito o exame nos Lacens, as amostras devem ser encaminhadas para a Fiocruz, no Rio de Janeiro, para a confirmação do diagnóstico.
A partir desta quinta-feira (30), o Ministério da Saúde vai divulgar via internet, todos os dias, às 16h, um balanço dos casos descartados e suspeitos em todo o país. Os casos planilhados serão recolhidos até meio dia. Casos que surjam após esse horário só serão divulgados no dia posterior.
Coronavírus no mundo
Até esta quarta-feira, foram confirmados 6,065 casos em todo o mundo, sendo 5,997 na China. O país ainda teve 133 mortes pela doença. Foram da China não foi registrado nenhum óbito, mas há 68 casos confirmados em 15 países.