A novela do prédio onde deveria funcionar a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Alvorada, na Região Metropolitana, parece ter chegado ao fim. A partir de hoje, enfim, a prefeitura dará um uso à estrutura, pronta desde 2015. Ainda assim, o complexo não funcionará como uma UPA, mas como um Centro de Saúde de Atendimento Intermediário.O funcionamento será das 7h a meia-noite, de segunda a sexta-feira.
Apesar de o pontapé inicial ser dado hoje – em cerimônia no local, às 10h –, o primeiro dia com atendimento efetivo será amanhã. As equipes que vão trabalhar no local se dividirão em dois turnos. No total, são 24 funcionários, entre profissionais do quadro da prefeitura e de empresas terceirizadas. Os médicos, por exemplo, são contratados.
A prefeitura promete que serão três profissionais em cada turno – os períodos de trabalho são das 7h às 16h e das 15h à meia-noite.
Mudança
Com a abertura do novo Centro de Saúde, o pronto-atendimento do PAM-8 – instalado na Unidade de Referência, que atende diversas especialidades – deixa de funcionar. A prefeitura pretende reformar o espaço que era ocupado pelo PA para prestação de atendimentos pediátricos. Os profissionais serão remanejados para a estrutura do bairro Sumaré.
— É importante que a população saiba que o PAM-8 não vai fechar, somente a parte de pronto-atendimento será transferida. Os demais serviços seguem funcionando normalmente – explica a secretária de Saúde de Alvorada, Neuza Abruzzi.
Conforme a titular da pasta, o local deve receber cerca de 300 pessoas por dia.
Consultórios, salas de observação e laboratório
A reportagem circulou no local antes da abertura ao público. A estrutura impressiona, já que o prédio era preparado para receber um complexo que funcionaria 24 horas. Apesar de o PA estar sendo inaugurado, a base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) está no local há cinco meses. Além da operação de pronto-atendimento, o local ainda contará com serviço de fisioterapia, acupuntura e laboratório para exames de sangue, urina e tuberculose.
Logo que o paciente entrar no Centro de Saúde, ficará numa sala de espera no saguão principal. Dali, os usuários serão encaminhados para outra área, onde ficam dois espaços para triagem e quatro consultórios médicos. Caso o atendimento ali não seja suficiente, o paciente ainda pode ficar em observação, receber aplicação de medicamentos ou soro, fazer coletas para exames e até nebulização.
— A ideia é que sejamos um caminho entre a atenção básica e o Hospital de Alvorada. Se o quadro do paciente melhorar, volta para a UBS. Ou, caso necessite, encaminhamos para o hospital — define a enfermeira responsável pelo centro, Isalete Machado.
Apesar de o funcionamento inicial ser de segunda a sexta-feira, a administração de Alvorada promete que, a partir de junho, o local também abrirá aos sábado.
Histórico
GaúchaZH acompanha a situação dos prédios de UPAs da Região Metropolitana, ao menos, desde 2015. No caso de Alvorada, o tema chegou a parar na Justiça. Como estava pronto e equipado, mas sem uso, o local acabou sendo alvo de ação que pedia ao município que devolvesse aos cofres do Estado e da União o que ali foi investido.
A Justiça Federal chegou a dar prazo à cidade para botar a UPA em funcionamento. Mas, sem dinheiro para a operação 24 horas, o município projetou operação das 7h à meia-noite.
A conclusão desta saga veio quando o Ministério da Saúde publicou portaria permitindo que as prefeituras pudessem reutilizar os prédios de UPAs para outros fins, retirando a obrigação de operar o pronto-atendimento 24 horas.