Fragmentos do protozoário que transmite a toxoplasmose foram encontrados em amostras de água vindas de barragens, reservatórios e da Estação de Tratamento da cidade. A coleta da água foi feita em junho deste ano e o resultado dos exames, que ainda não foi divulgado pela prefeitura, saiu na semana passada.
Conforme informações da RBS TV, foram seis amostras positivas: na barragem Saturnino de Brito, na barragem do DNOS, em três reservatórios da Corsan e até na estação de tratamento de água da cidade.
Conforme o secretário de Saúde do município, Francisco Harrison, a fiscalização segue sendo feita pela prefeitura, para evitar novos casos de surto:
— Em junho, nós soubemos que seria feita uma lavagem nos reservatórios da Corsan e colhemos 26 amostras de água. E em um exame foram encontrados fragmentos do protozoário. Ainda é preciso fazer novos testes, pra ver se encontramos o protozoário em si.
Um ano e meio depois de o Ministério Público determinar o monitoramento de pontos de captação de água da Corsan, ainda não se sabe em que local a água pode ter sido contaminada.
Mesmo que o surto tenha sido considerado encerrado na cidade, a média de pessoas diagnosticadas com toxoplasmose aumentou em relação ao período anterior ao surto. Em média sete pessoas têm a doença confirmada todos os meses. Antes, de acordo com a vigilância em saúde, eram apenas três casos mensais.
Em abril de 2018, um surto de toxoplasmose foi confirmado em Santa Maria. Pelo menos 902 pessoas contraíram a doença, 12 bebês morreram ainda na barriga da mãe e 28 crianças nasceram com toxoplasmose e hoje enfrentam as sequelas da doença. Além disso, 38 pessoas apresentaram toxoplasmose ocular.
Em nota, a Corsan informou que solicitou informações técnicas ao laboratório que produziu o laudo. A companhia afirmou ainda que a água distribuída em Santa Maria pode ser consumida "sem receios" e alerta a população para que não busque abastecimento de fontes alternativas e faça a manutenção periódica de reservatórios domésticos.
Confira a nota na íntegra:
"A Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento) informa à população de Santa Maria que a água distribuída pela companhia é tratada e monitorada dentro dos padrões de potabilidade do Ministério da Saúde.
Em relação ao recente laudo apresentado, cabe destacar que o documento encaminhado à Corsan carece de informações técnicas, as quais foram solicitadas junto ao responsável do laboratório sem êxito.
A Corsan informa que o mesmo laboratório presta serviços de análises para a empresa, dentro do monitoramento das barragens conforme orientação do Ministério da Saúde, e que ao longo de 18 meses nunca apresentou qualquer anormalidade. Diante disso, informações técnicas dos procedimentos adotados nessas análises devem ser avaliadas.
A Corsan conclui reafirmando que a água que distribui em Santa Maria é de qualidade e pode ser consumida sem receios e ressalta que a população não deve buscar abastecimento de fontes alternativas, mesmo que o produto tenha bom aspecto. Outra recomendação é a manutenção periódica de reservatórios domésticos, o que garante que a qualidade da água produzida na Estação de Tratamento chegue com as mesmas características nas residências."