Dados de março deste ano da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos apontam que mais de 22,6 mil brasileiros aguardavam na lista para transplante de rim no país. Na tentativa de acelerar essa fila, laboratórios do centro do país vêm buscando alternativas para a falta de órgãos e doadores. Uma das possibilidades estudadas, tanto pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo quanto pela Universidade de São Paulo (USP), é por meio do desenvolvimento de técnicas para utilizar rins de porcos nos procedimentos. As informações são do Estadão.
Uma das técnicas, pesquisada na Santa Casa, faz uma espécie de "limpeza" dos órgãos do animal. De acordo com o Estadão, a técnica se chama descelularização, e consiste em retirar as células do animal com um detergente orgânico. Depois, os rins são repovoados com células humanas. Os pesquisadores estimam que a capacidade de produção de órgãos gire em torno de 50 por semana.
Já na USP, os estudiosos investem em uma técnica chamada de xenotransplante (transplante de órgãos entre diferentes espécies), que busca editar geneticamente os porcos para que eles não carreguem proteínas que causariam a rejeição dos órgãos nos humanos.
Conforme a publicação, a escolha pelos suínos se deve às suas semelhanças com os humanos e outras características vantajosas: têm alimentação parecidas, crescem rápido, podendo atingir os 70 quilos (peso médio dos receptores) em um tempo curto, e suas ninhadas são grandes.
Testes em humanos só poderão ser feitos com a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).