Outro protagonista do setor privado de saúde da Capital, o Hospital Mãe de Deus (HMD), mantido pela Associação Educacional São Carlos, da congregação das irmãs scalabrinianas, contrabalança sua atuação na rede particular oferecendo leitos no sistema público — o Hospital Santa Ana, inaugurado em novembro passado, é um exemplo dessa contrapartida. Em um período de cinco anos, entre 2019 e 2024, o HMD tem planos de investir R$ 144 milhões em obras, com recursos da mantenedora e financiamentos, cujas possibilidades estão sendo avaliadas. Estão previstos a construção de quatro prédios e o aumento da capacidade de atendimento em 30%, o que significa 105 novos leitos. A principal iniciativa será um novo edifício na Rua José de Alencar, onde hoje opera um estacionamento, para abrigar o centro de radioterapia. Para lá também serão transferidos os serviços de maternidade e UTI neonatal.
A área da nova emergência do HMD passará de 400 para 2 mil metros quadrados, tendo sua capacidade de atendimento quadruplicada. Esta primeira etapa do projeto deve demandar dois anos, e o decorrer de 2019 provavelmente será consumido pela aprovação do projeto em diferentes esferas do poder público.
— Quem sabe o nosso presente de Natal seja o início da obra — projeta Fábio Fraga, superintendente-executivo do HMD.
A instituição vem investindo, desde a metade do ano passado, em fluxos mais ágeis para o setor de emergência. O objetivo é que, entre a abertura da ficha de atendimento e a chegada ao médico, o paciente aguarde apenas 15 minutos. Uma sala de controle é acionada antes que o limite de tempo seja atingido. Antes da implementação dessa sistemática, explica Fraga, o tempo chegava a ultrapassar três horas. Atualmente, cerca de 80% dos atendimentos na emergência e no pronto-socorro são realizados em até 15 minutos.
Intercâmbio técnico, científico e operacional
As outras três edificações estarão no entorno da sede, localizada no bairro Menino Deus: na Avenida Praia de Belas, haverá um prédio de quatro andares para atendimentos ambulatoriais em oncologia, radiologia e neurologia; na Rua Grão Pará, um edifício contemplará a área de diagnóstico por imagem e terapias ambulatoriais, além de contar com um espaço reserva de tamanho suficiente para incorporar inovações tecnológicas pelos próximos 20 anos; e na Rua Costa, existirá mais um edifício de quatro andares, interligando e ampliando os pavimentos já existentes. Neste último, um centro cirúrgico contará com 20 salas operatórias, cada uma delas medindo cerca de 50 metros quadrados.
— Mais do que simplesmente aumentar a capacidade de atendimento, essa obra permite que o paciente otimize o tempo dele ali dentro. O fluxo fica mais inteligente, mais acolhedor, menos traumático — define Fraga.
Recentemente, o HMD firmou uma parceria com o A.C. Camargo Cancer Center, de São Paulo, para o desenvolvimento de linhas de pesquisa e intercâmbio técnico, científico e operacional. À moda do sistema implantado pelo HMV, o corpo clínico do HMD também pode recorrer aos colegas da instituição paulistana para a discussão de casos por meio de teleconferência.
— Pode até ser feito o encaminhamento do paciente para os domínios do A.C. Camargo — explica o superintendente.